TERRAMOTO
Prosseguem esforços para encontrar sobreviventes do Sismo em Marrocos

11/09/2023 10h01
Rabat - As equipas de resgate marroquinas, apoiadas por outras estrangeiras, continuaram, hoje, segunda-feira, numa corrida contra o tempo para encontrar sobreviventes e prestar assistência a centenas de sem-abrigo cujas casas foram arrasadas, mais de 48 horas após o terramoto que matou mais de 2.100 pessoas.
O Marrocos anunciou no domingo que respondeu favoravelmente, “nesta fase”, às ofertas de quatro países “para enviar equipas de busca e salvamento”: Espanha, Grã-Bretanha, Qatar e Emirados Árabes Unidos.
Estas equipas têm estado em contacto com os seus homólogos em Marrocos com o objectivo de coordenar os seus esforços, afirmou o Ministério do Interior em comunicado.
A Espanha indicou ter já enviado 86 equipas de resgate para Marrocos, acompanhadas por cães especializados na busca de vítimas, enquanto um voo humanitário do Qatar descolou no domingo à noite da base aérea de Al-Udeid, nos arredores de Doha, segundo um jornalista da AFP.
Outras ofertas poderão ser aceitas no futuro “caso as necessidades evoluam”, acrescentou o ministério.
Numerosos países, desde França aos Estados Unidos e Israel, ofereceram-se para ajudar Marrocos na sequência do devastador terramoto, que deixou 2.122 mortos e 2.421 feridos, segundo o relatório mais recente.
Enquanto se aguarda o envio de equipas de resgate estrangeiras para o terreno, as autoridades marroquinas começaram a erguer tendas no Alto Atlas, onde aldeias foram completamente destruídas pelo terramoto.
Paisagem apocalíptica
Equipas de resgate, voluntários e membros das forças armadas estão a trabalhar para encontrar sobreviventes e retirar corpos dos escombros, especialmente em aldeias da província de Al-Haouz, epicentro do terremoto ao sul da cidade turística de Marrakech, no centro de Marrocos.
Em Tikht, uma pequena aldeia perto de Adassil, um minarete várias casas de barro sem pintura erguem-se no meio de uma paisagem apocalíptica.
“A vida acabou aqui”, lamenta Mohssin Aksum, 33 anos, um residente. “A aldeia está morta.
Não muito longe dali, as forças de segurança marroquinas estão a cavar sepulturas para as vítimas, enquanto outras montam tendas para os sobreviventes do terramoto que ficaram desalojados.
O terremoto, que ocorreu na noite de sexta-feira e registrou magnitude 7, segundo o Centro Marroquino de Pesquisa Científica e Técnica (6,8, segundo o Serviço Sismológico dos EUA), foi o mais forte em Marrocos.
Perante a dimensão da destruição, a solidariedade está a ser organizada em Marraquexe, onde muitos residentes correram para os hospitais para doar sangue às vítimas.
“Estamos a receber alimentos para ajudar as áreas afectadas pelo terremoto”, disse à AFP Ibrahim Nachit, membro da associação Draw Smile. A associação também planeia enviar uma “caravana médica” para as áreas mais atingidas.
“Penso que os alimentos recolhidos hoje deverão poder sustentar pelo menos 100 famílias durante uma semana”, acrescentou Abdeltif Razouki, vice-presidente da associação.