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Diplomatas africanos celebram união em Conferência de reflexão

Embaixadores africanos no Cairo, Egipto
Embaixadores africanos no Cairo, Egipto Imagens: Cedida

Redacção

Publicado às 11h40 27/05/2024 - Actualizado às 11h40 27/05/2024

Cairo – Os diplomatas africanos acreditados no Egipto participaram domingo, numa Conferência de reflexão sobre o passado e presente de África, e perspectivas para o futuro, por ocasião da celebração do 60º aniversário da I Cimeira da primeira da instituição continental pós-independência de África, a Organização da União Africana (OUA), realizada, em 18 de Julho 1964, na cidade do Cairo.

Sob o lema central “Da descolonização à Integração”, a Conferência foi promovida pelo Grupo de embaixadores africanos, em coordenação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio e apoio da Liga Árabe, tendo congregado diplomatas das 40 embaixadas baseadas no Cairo, além de representantes de Organizações internacionais e regionais.

Em três painéis, os participantes falaram  sobre  “a Descolonização à Integração - As Realizações de África desde o Cairo 1964 e o Caminho a Seguir”, um tema presidido pelo embaixador de Angola no Egipto, Nelson Cosme, que teve como painelistas o ex-ministro da Informação e de Estado dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Mohamed Fayeq, o antigo SG-Adjunto da OUA, Ahmed Haggag, e o embaixador do Ghana no Egipto, Obed Boamah Akwa.

Neste painel, foram abordadas as realizações das organizações pan-africanas (OUA e UA), nos últimos 60 anos, o significado, hoje, da Cimeira da OUA no Cairo de 1964, e as oportunidades e desafios que África e as organizações africanas enfrentam hoje e no futuro.

O II painel, tratou do tema “Um Novo Paradigma de Desenvolvimento para África - Aproveitar Oportunidades e Superar Desafios”, e foi coordenado pelo embaixador da África do Sol no Egipto, Joseph NTSiKI Mashimbye.

Este paine analisou e considerou, na melhor das hipóteses, mistos, os resultados da execução da agenda 2063, uma década depois, concebida como a “Década de Convergência” dos países africanos, em torno de diferentes objectivos.

Numa análise introdutória, considera-se que embora os países africanos tenham integrado com sucesso a Agenda 2063 nos seus planos nacionais de desenvolvimento (NDP), e alinhado-a com outros quadros de desenvolvimento globais, continentais e regionais -, mais notavelmente os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas -, é inegável que a sua implementação está aquém dos resultados desejados em áreas-chave, como a redução da pobreza e a criação de emprego.

Neste sentido, considera-se imperativo que, à medida que África embarca para o segundo Plano de Implementação, designado “Década da Aceleração”, redobre os esforços para promover as suas aspirações de desenvolvimento, aproveite as vastas oportunidades e supere os sérios desafios que enfrenta, mormente a mobilização de recursos, desenvolvimento de infra-estruturas, libertar o potencial da Zona de Comércio Livre Continental, promover o nexo paz-desenvolvimento, melhorar as estruturas de governação nacionais e construir resiliência e adaptabilidade a choques externos, incluindo as alterações climáticas.

“Enfrentando Desafios Complexos de Paz e Segurança - Construindo e Sustentando a Paz”, foi o tema do III painel, cuja coordenação esteve a cargo do embaixador da Zâmbia no Egipto, Topply Lubaya.

Esta sessão abordou os complexos desafios de segurança que o continente enfrenta, ante as mudanças estratégicas e de ameaças e desafios de segurança prementes no continente, que incluem conflitos armados, terrorismo e alterações climáticas, entre outras.

Mesa Redonda

A Conferência, realizada na sede da Liga Árabe -, instituição que acolheu, há 18 de Julho 1964, a I Cimeira da OUA -, reservou igualmente uma mesa redonda sobre “Parcerias para a Paz e o Desenvolvimento”, cuja moderação esteve a cargo do embaixador Ahmed Abdel-Latif, director-geral do Centro Internacional do Cairo para Resolução de Conflitos, Manutenção e Consolidação da Paz.

Em análise, estiveram os desafios que a UA enfrenta, perante a necessidade que tem de mobilizar pelo menos 1 bilião de dólares americanos todos os anos, durante os próximos 10 anos, com o fim de implementar com sucesso a Agenda 2063.

Actualmente, os investimentos colectivos dos Estados-membros são estimados em 0,6 biliões de dólares americanos por ano, o que significa que serão necessários 0,4 biliões adicionais.

Assim, considera-se essencial estabelecer parcerias mais estreitas com os principais parceiros de desenvolvimento e instituições financeiras internacionais.

Para que estas parcerias funcionem, devem produzir benefícios significativos para todas as partes envolvidas, nomeadamente através da promoção do comércio de bens e serviços, criação de parcerias comerciais público-privadas mutuamente benéficas, e colaboração para enfrentar os desafios globais, incluindo as alterações climáticas, a migração, o tráfico de seres humanos, entre outros.

A mesa redonda, que contou com a presença de diplomatas do Japão e da Sérvia, fez um balanço dos desafios e oportunidades apresentados pelas vastas redes de parcerias de África com o mundo.


 

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