Lusaka - A ex-primeira-dama da Zâmbia, Esther Lungu, e a sua filha Chiyeso Katete foram, sábado, presas, por posse de propriedades suspeitas de serem produtos do crime. As duas foram detidas na capital, Lusaka, juntamente com outro familiar próximo identificado como Charles Phiri, disseram as autoridades, citadas pela BBC.

Esther Lungu "não deu uma explicação razoável” sobre como adquiriu uma propriedade de 1,5 milhões de dólares na capital, disse a agência estatal antidrogas.

O ex-Presidente Edgar Lungu disse que a família contestaria as acusações em tribunal. O ex-líder tem acusado o Governo de vitimizá-lo e a membros do seu partido Frente Patriótica (PF) para bloquear o seu regresso à política antes das eleições de 2026.

Recentemente, ele afirmou ter sido colocado em prisão domiciliária devido às suas intensas actividades políticas, embora o Governo tenha negado. Em Setembro passado, a sua esposa foi detida por acusações de corrupção, envolvendo casos de roubo de veículos automóveis e títulos de propriedade, o que ela negou.

Esther Lungu, 66 anos, foi presa sob suspeita de adquirir fraudulentamente um luxuoso imóvel em Lusaka, informou a Comissão Antidrogas (DEC) num comunicado.

Esta entidade afirmou que Lungu possuía "15 apartamentos de dois andares” situados na área de State Lodge, na cidade de Chongwe, em Lusaka, "razoavelmente suspeitos de serem produtos do crime”. A data exacta em que o imóvel, propriedade conjunta de outros desconhecidos, foi adquirido não é clara, mas o DEC afirma que foi adquirido entre 2015 e 2023.

Os visados não comentaram as acusações, mas num breve comunicado o ex-Presidente disse que a família contestaria em tribunal. Não ficou imediatamente claro se e quando eles comparecerão em tribunal.

Edgar Lungu anunciou o seu regresso à política em Outubro passado, o que levou o governo a retirar os seus benefícios de reforma. Ele aposentou-se da política depois de perder a presidência para Hakainde Hichilema em 2021.