Maputo - As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) reconheceram que umviatura do exército atropelou uma jovem, na cidade de Maputo, esta quarta-feira, quando participava numa manifestação de protesto pelos resultados do processo eleitoral de 09 de Outubro último.

"As Forças Armadas lamentam profundamente o ocorrido e assumem total responsabilidade na assistência médica e psico-social da vítima, no entanto, apelam às populações a observar, meticulosamente, as medidas de segurança relativamente ao respeito ao código de estrada e as prioridades das viaturas militares", expressa o comunicado do Ministério da Defesa Nacional.

O comunicado do ministério acrescenta que a “viatura encontrava-se em missão de protecção de objectos económicos essenciais, limpeza e desbloqueio das vias de circulação, no âmbito das manifestações pós-eleitorais e fazia parte de uma coluna militar devidamente sinalizada".

Saliente-se que imagens divulgadas pela agência AFP e por internautas nas redes sociais mostram um veículo militar a acelerar, pela avenida Eduardo Mondlane, sobre os manifestantes, entre as quais, a vítima, de 26 anos idade.

O comunicado conclui que o exército é uma “força credível para os moçambicanos” e que está comprometida “com a observância dos padrões mais elementares do direito humanitário e dos direitos humanos”.

Menos de 24 horas depois do fracassado encontro entre o Presidente Filipe Nyusi e os quatro candidatos presidenciais, devido a ausência do candidato Venâncio Mondlane, manifestantes voltaram a sair às ruas da capital e outras cidades, em protestos, bloqueando várias vias de acesso.

Depois do atropelamento da jovem, que continua a receber assistência médica, no Hospital Central de Maputo, manifestantes queimaram pneus e arremessaram pedras contra as viaturas das Forças de Defesa e Segurança.

A polícia disparou gás lacrimogéneo para dispersar a população.