CONFLITO
RDC e Rwanda ordenam retirada dos seus diplomatas dos respectivos países

26/01/2025 20h03
Kinshasa - A República Democrática do Congo (RDC) anunciou, sábado, a retirada do pessoal da sua embaixada no Rwanda numa fase em que se regista um aumento de tensão político-diplomática entre os dois países, em consequência do incremento dos ataques do grupo rebelde M23 as posições das tropas congolesas na região leste deste país.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da RDC disse num comunicado divulgado no sábado que decidiu retirar os seus diplomatas do Rwanda, devido à intensificação dos combates na região de Goma, segundo a agência de notícias Xinhua.
Numa carta endereçada à Embaixada do Rwanda na RDC, as autoridades congolesas pediram igualmente a cessação de todas as actividades diplomáticas e consulares deste país na RDC, no prazo de 48 horas.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Rwanda, Olivier Nduhungirehe, disse, neste domingo, à AFP que o seu país tinha “evacuado” o seu último diplomata da República Democrática do Congo devido aos combates na zona fronteiriça entre os dois países.
“Evacuámos o nosso último diplomata na sexta-feira, através de Brazzaville, pois ele estava sob ameaças regulares de autoridades congolesas”, disse Nduhungirehe.
A tensão entre os dois países tem vindo a aumentar devido aos recentes avanços da rebelião do M23 nas províncias do Kivu do Norte e do Kivu do Sul.
Nas últimas semanas, os rebeldes assumiram o controlo de Sake, uma cidade considerada a última defesa das forças governamentais antes de Goma, capital da província do Kivu Norte, e um importante centro regional, segundo a imprensa internacional.
As Nações Unidas anunciaram no sábado que decidiram transferir temporariamente o pessoal não essencial de Goma, onde o pânico se espalhou entre a população deslocada.