Rwanda renova apoio do combate ao terrorismo em Moçambique


Kigali - As Forças de Defesa do Rwanda (RDF) vão enviar um novo contingente para apoiar o combate aos grupos terroristas na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
De acordo com uma informação do Ministério da Defesa do Rwanda, o major-general Wilson Gumisiriza, comandante da Divisão de Infantaria Mecanizada das RDF, despediu-se na quinta-feira, 30 de Janeiro, do contingente “antes do seu envio”.
“O encontro, realizado no Quartel Militar de Kami, em Kigali, incluiu membros da RDF e da Polícia Nacional do Rwanda (RNP) enquanto se preparam para a sua missão, com base em acordos bilaterais entre o Rwanda e Moçambique”, refere a informação publicada pela Lusa.
Durante a despedida, o major-general Gumisiriza “instou os militares a defenderem os valores da RSF, a manter a disciplina e a incorporar o trabalho em equipa para representar eficazmente o Rwanda.”
“Esta missão destaca a parceria contínua entre o Rwanda e Moçambique, reforçando os acordos que fortalecem a cooperação entre as duas nações”, acrescentou.
Uma força de mais de dois mil militares do Rwanda combate desde 2021 os grupos terroristas que operam na província de Cabo Delgado, protegendo, nomeadamente, a área em que a francesa TotalEnergies tem um empreendimento para explorar gás natural, após acordo entre os dois governos.
Esta força começou a ser reforçada em Abril do ano passado, na sequência da saída progressiva da missão militar dos países da África Austral.
Em Novembro, o Conselho da União Europeia (UE) aprovou uma verba adicional de 20 milhões de euros para apoiar as forças rwandesas no combate ao terrorismo, considerando que este destacamento “tem sido fundamental”.
“A medida de assistência existente ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz visa continuar a apoiar o destacamento da Força de Defesa do Rwanda na província moçambicana de Cabo Delgado”, indicou na altura um comunicado conjunto dos Estados-membros da UE.
O Mecanismo Europeu de Apoio à Paz foi criado em Março de 2021 para financiar acções externas da UE com implicações militares ou de defesa, visando prevenir conflitos, preservar a paz e reforçar a segurança e a estabilidade internacionais.
Desde Outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.