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Mais de 770 pessoas mortas nos combates no Leste da RDC

Mais de 770 pessoas mortas nos combates no Leste da RDC
Mais de 770 pessoas mortas nos combates no Leste da RDC Imagens: DR

Redacção

Publicado às 07h37 03/02/2025

Kinshasa - O Governo da República Democrática do Congo (RDC) revelou que pelo menos 773 pessoas morreram e quase 2900 ficaram feridas em cinco dias de confrontos contra os rebeldes apoiados pelo Rwanda, no Leste do país.

Entre 26 a 30 de Janeiro de 2025 "foram registados 773 mortos e 2880 feridos nas unidades de saúde", disse, no sábado à noite, o porta-voz do Governo e ministro da Comunicação, Patrick Muyaya. Coincidem com os dados divulgados pelo porta-voz da ONU na sexta-feira, que falou em pelo menos 700 mortos e 2800 feridos.

Na rede social X, Muyaya descreveu como "carnificina" as acções levadas a cabo pelo "Exército rwandês em Goma", capital da província de Kivu Norte. "Nenhum destes crimes ficará impune!", prometeu.

Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) e as tropas rwandesas entraram em Goma há uma semana e avançaram nos últimos dias para a província vizinha de Kivu Sul, constituindo uma possível ameaça para a capital regional, Bukavu.

Também no sábado a ministra dos Negócios Estrangeiros da RDC pediu aos clubes de futebol Arsenal (Reino Unido), Bayern de Munique (Alemanha) e Paris Saint-Germain (França) que terminem os acordos de patrocínio com o Rwanda, celebrados com o objectivo de promover o turismo no país africano.

Thérèse Kayikwamba dirigiu uma carta aos três clubes europeus pedindo-lhes que reavaliassem a moralidade dos seus acordos de patrocínio com o Rwanda, acusando o Governo deste país de ser “directamente responsável” pela “miséria” vivida pela população do Leste da RDC, de acordo com os meios de comunicação locais.

Pelo menos 773 pessoas morreram devido aos combates no Leste da R.D. Congo
“O Presidente deste país, Paul Kagame, é um autocrata e o seu Exército, juntamente com a milícia sua aliada, o M23, está a travar uma guerra na RDC”, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros nas cartas.


Pelo menos 773 pessoas morreram devido aos combates no Leste da R.D. Congo
“A generosa ajuda internacional que o Rwanda recebe de muitos países representa uma parte importante da sua economia. Têm a certeza de que este dinheiro não está a ser desviado para financiar o vosso contrato de patrocínio?”, acrescentou.

Pelo menos 773 pessoas morreram devido aos combates no Leste da R.D. Congo
Kayikwamba informou também os clubes que “milhões de toneladas” de minerais essenciais para a transição energética, como o cobre, o cobalto, o lítio e o ouro, foram “ilegalmente extraídos em territórios ocupados pelas forças apoiadas pelo Rwanda, transportados através da fronteira e exportados do Rwanda”.


“Têm a certeza de que o dinheiro proveniente destes minerais de sangue não está a financiar o vosso contrato de patrocínio?”, questionou.

A chefe da diplomacia congolesa considerou que “é tempo” de estes três clubes romperem o seu contrato de patrocínio “manchado de sangue” com esta nação “opressora”. “Se não for por consciência, o clube deve fazê-lo em solidariedade com as vítimas da agressão rwandesa”, considerou.

 

 

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