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SADC ordena retirada das tropas destacadas no leste da RDC

SADC ordena retirada das tropas destacadas no leste da RDC
SADC ordena retirada das tropas destacadas no leste da RDC Imagens: DR

Redacção

Publicado às 16h34 14/03/2025

Gaberone - Os países que compõem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ordenaram quinta-feira, numa cimeira `online`, a retirada das suas forças de paz destacadas no leste da República Democrática do Congo (RDC), noticiou hoje a agência Reuters.

"A cimeira pôs termo ao mandato da SAMIDRC [a missão militar da SADC] e ordenou o início de uma retirada gradual das tropas da SAMIDRC da RDC", afirmaram os líderes num comunicado conjunto emitido no final de uma cimeira extraordinária.

A agência Lusa também noticiou o facto e comentou que a decisão foi tomada depois de 18 soldados da SAMIDRC (a maioria sul-africanos) terem sido mortos no final de Janeiro, quando o grupo rebelde M23 avançou em direção a Goma, a capital da província do Kivu-Norte, no leste da RDC, que acabou por conquistar depois de intensos combates.

"Na cimeira foi referida a dedicação à resolução do conflito em curso na RDC e foi reafirmado o empenho da SADC em apoiar as intervenções destinadas a alcançar uma paz e uma segurança duradouras no leste da RDC", segundo o comunicado.

O documento da SADC sublinha ainda "a necessidade de uma solução política e diplomática com todas as partes, incluindo as estatais, não-estatais e civis, para o restabelecimento da paz, da segurança e da tranquilidade na RDC" face às "crescentes necessidades humanitárias" na região.

A SADC enviou a sua missão para o leste da RDC em Dezembro de 2023 para apoiar as operações do exército democrático-congolês contra vários grupos rebeldes, e prorrogou o seu mandato por mais um ano em 2024.

Esta declaração da SADC foi divulgada um dia depois de a Presidência angolana ter anunciado que o Governo da RDC e o M23 vão realizar conversações de paz em Luanda, capital de Angola, em 18 de Março, após várias recusas de Kinshasa em abordar o conflito diretamente com o grupo.

O M23, composto maioritariamente por cidadãos tutsis congoleses, obteve ganhos territoriais significativos nas últimas semanas, uma ofensiva que levou a RDC a acusar diretamente o Rwanda de enviar tropas para o seu território para apoiar as operações do M23.

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