Harare - A criação de emprego na indústria transformadora do Zimbabwe subiu de 11% em 2023 para 14% no ano passado, enquanto os despedimentos caíram de 8% para 7%, apontando para um ganho líquido de emprego de 7% no sector, segundo o novo inquérito da Confederação das Indústrias do Zimbabwe (CZI).

O relatório foi apresentado pelo economista-chefe da CZI, Cornelius Dube, que destacou a resiliência da indústria apesar das incertezas económicas. “Isto aponta para um ganho líquido global de emprego em todo o sector”, afirmou o economista durante a apresentação do inquérito.

O estudo, considerado um barómetro da saúde da indústria transformadora, mostra que os empregadores estão a contratar mais, mesmo num contexto de reestruturação económica. No entanto, a qualidade desses empregos está a sofrer mudanças relevantes.

A proporção de trabalhadores ocasionais aumentou de 28% para 30%, enquanto o emprego permanente caiu de 72% para 70%. “O ligeiro aumento do emprego ocasional pode reflectir uma abordagem cautelosa por parte dos empregadores”, observou Dube.

Por seu turno, a economista independente Lorraine Mufute acredita que a subida do emprego é positiva.

“Apesar de alguns dos empregos serem ocasionais, continuam a representar oportunidades de rendimento e podem servir de ponto de partida para um trabalho mais estável”, disse.

Apesar dos avanços, a confiança dos fabricantes em competir no âmbito da Área de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) está a diminuir. Em 2024, apenas 29% disseram sentir-se preparados, face aos 34% registados em 2023.