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Líbia nega qualquer acordo para aceitar migrantes expulsos dos EUA

Líbia nega qualquer acordo para aceitar migrantes expulsos dos EUA
Líbia nega qualquer acordo para aceitar migrantes expulsos dos EUA Imagens: DR

Redacção

Publicado às 19h20 08/05/2025 - Actualizado às 19h20 08/05/2025

Trípoli - O Governo de Unidade Nacional (GNU), sediado em Tripoli, negou qualquer acordo com a Administração Trump para aceitar migrantes expulsos dos Estados Unidos, reafirmando a sua recusa em permitir qualquer assentamento permanente de migrantes na Líbia, noticiou hoje a imprensa internacional.

A Líbia, mergulhada no caos desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011, é governada por dois executivos rivais: o GNU, reconhecido pela ONU, sediado em Tripoli (oeste) e liderado por Abdelhamid Dbeibah, e um executivo em Benghazi (leste) controlado pelo marechal Khalifa Haftar.

A imprensa norte-americana, incluindo a CNN, noticiaram o regresso iminente de migrantes expulsos dos Estados Unidos para países terceiros, incluindo a Líbia.

Mas o GNU negou quarta-feira categoricamente "qualquer acordo ou coordenação para a recepção" destes migrantes, depois das notícias sobre a intenção dos Estados Unidos de deportar migrantes para a Líbia.

Para o executivo de Tripoli, "entidades paralelas, não sujeitas a legitimidade, podem estar envolvidas em acordos que não representam o Estado líbio e não o vinculam legal ou politicamente".

Dbeibah, por sua vez, enfatizou na sua conta na rede social X que a Líbia "recusa ser um destino para migrantes expulsos, independentemente do pretexto" e que "qualquer acordo concluído por partes ilegítimas não representa o Estado líbio e não o vincula política ou moralmente".

"A dignidade humana e a soberania nacional não são negociáveis", acrescentou.

No início de Maio, a CNN noticiou que "a administração Trump tem vindo a discutir com a Líbia e o Rwanda a possibilidade de enviar migrantes com antecedentes criminais nos Estados Unidos para estes dois países, de acordo com pessoas familiarizadas com as discussões".

Na mesma semana, um dos filhos de Haftar, o general Saddam Haftar, estava em Washington.

Por seu lado, o ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo oriental negou formalmente "a existência de qualquer acordo ou entendimento sobre o estabelecimento de migrantes, independentemente da sua nacionalidade, africana, europeia, americana ou outra", segundo um comunicado.

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