BAD reduz previsão de crescimento económico de África para 2025


Abidjan - O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê que a economia de África atinja apenas 3,9% este ano, 0,2 pontos percentuais abaixo da previsão inicial, acelerando em relação ao ritmo do ano passado, que foi de 3,3%.
A informação consta do relatório anual Perspectivas Económicas em África, divulgado durante a reunião anual da instituição na Côte d'Ivoire.
O documento aponta que a previsão em baixa deste ano – que abrange as economias de todos os seus 54 Estados-membros – se deve principalmente aos choques causados pelas novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos da América (EUA).
O banco, que é o maior credor de desenvolvimento de África, com 318 mil milhões de dólares em capital, também reduziu a sua previsão inicial de crescimento para 2026 em 0,4 pontos percentuais, para 4,0%, citando a mesma incerteza das tarifas comerciais.
“Desde Janeiro de 2025, o mundo sofreu choques adicionais, exacerbando um cenário macroeconómico global já complexo. Estes abalos incluem uma série de novas tarifas impostas pelos EUA e medidas de retaliação anunciadas e aplicadas pelos seus parceiros comerciais”, afirmou o BAD no seu relatório.
Segundo o banco, é provável que a turbulência reduza a procura global devido ao abrandamento económico resultante, reduzindo as exportações de África para o resto do mundo. “A fluidez da situação e a evolução da incerteza significam que o impacto no crescimento dependerá da decisão sobre a pausa de 90 dias das tarifas do Dia da Libertação anunciada pelos EUA”, acrescenta.
Embora os EUA representem apenas 5% do comércio global anual de África, o continente já foi afectado por uma queda dos preços das matérias-primas e pela reavaliação em baixa dos activos financeiros.
O crescimento projectado para este ano na região será apoiado por uma taxa de crescimento de mais de 5% em 21 economias, com “a Etiópia, o Níger, o Ruanda e o Senegal a crescerem pelo menos 7%”, disse o credor no documento.