EUA suspende novas entrevistas para visto de estudantes estrangeiros


Washington - O governo dos EUA instruiu as embaixadas de todo o mundo a pararem de agendar novas entrevistas para vistos de estudante, citando planos para reforçar a triagem nas redes sociais para candidatos internacionais.
Um memorando do Departamento de Estado indica que as embaixadas e os consulados devem remover os agendamentos não registados para os vistos de estudantes e visitantes de intercâmbio.
As entrevistas já agendadas vão continuar. A paralisação manter-se-á em vigor até que novas orientações sejam emitidas, segundo a Africa News na sua edição de quarta-feira.
As autoridades dizem que a medida faz parte de uma estratégia mais ampla para aumentar a verificação dos candidatos nas redes sociais. Os detalhes sobre o que as novas verificações incluiriam não foram divulgados.
A mudança acontece numa altura em que o Presidente Donald Trump intensifica a pressão sobre as universidades norte-americanas, acusando-as de permitirem comportamentos antissemitas sob o pretexto de activismo pró-palestiniano.
O Departamento de Segurança Interna anunciou recentemente que o conteúdo online antissemita ou o ataque pessoal a indivíduos judeus pode influenciar as decisões de imigração.
A China manifestou preocupação, apelando a Washington para que defenda os direitos dos estudantes internacionais.
Os cidadãos chineses representam uma parte significativa da população de estudantes estrangeiros nos EUA.
Espera-se que as universidades, que dependem muito de taxas mais elevadas de estudantes internacionais, se oponham à política.
Várias instituições já estão envolvidas em batalhas legais com a Administração sobre congelamentos de financiamento e revogações de vistos.
Trump tem como alvo específico a universidade de Harvard, suspendendo milhares de milhões em bolsas federais e tentando retirar a instituição a sua autoridade para acolher académicos internacionais.
Os defensores da liberdade de expressão e os líderes académicos alertaram que as acções do governo podem minar a proteção constitucionais e prejudicar a posição global do sistema de ensino superior dos EUA.