CONFLITO

Rwanda diz que acordo de paz com RDC será assinado brevemente nos EUA

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Rwanda diz que acordo de paz com RDC será assinado brevemente nos EUAImagem: DR

07/05/2025 10h26

 

Kigali - O Rwanda apresentou, terça-feira, um calendário para o processo de paz com a República Democrática do Congo (RDC), acrescentando que o acordo final deverá ser assinado em meados de Junho, em Washington, nos Estados Unidos.

Olivier Nduhungirehe, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que ainda não havia acordo sobre o conteúdo do texto, mas que as próximas etapas vão consistir em "consolidar as contribuições das partes num único texto".

Nduhungirehe adiantou ainda que, após o acordo sobre o texto, seguir-se-á "a finalização do projecto de acordo de paz pelos ministros dos Negócios Estrangeiros numa reunião que terá lugar em Washington durante a terceira semana de Maio".

O processo deverá culminar com "a assinatura do acordo em meados de Junho na Casa Branca", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda.

Este anúncio surge um dia depois de Nduhungirehe ter declarado que o seu país e a RDC entregaram ao Governo dos Estados Unidos (EUA) dois esboços de um acordo de paz, informação que foi também confirmada pelo enviado especial dos EUA para África, Massad Boulos.

Boulos afirmou, segunda-feira, na rede social X, que tinha recebido "um projecto de texto sobre uma proposta de paz" da RDC e do Rwanda.

"Este é um passo importante para o cumprimento dos compromissos assumidos na Declaração de Princípios", afirmou Massad Boulos, que é sogro de Tiffany Trump, filha do Presidente dos EUA, Donald Trump.

No mês passado, Massad Boulos visitou os dois países e apelou ao Rwanda para que pusesse fim ao seu apoio ao grupo anti-governamental Movimento 23 de Março (M23) e retirasse as suas tropas.

O Rwanda negou qualquer apoio militar ao M23, mas afirmou que a sua segurança há muito que é ameaçada por grupos armados no leste da RDC, incluindo as Forças Democráticas de Libertação do Rwanda (FDLR), criadas por antigos líderes hutus ligados ao genocídio rwandês de 1994.

Foram acordados e violados vários cessar-fogos desde que o M23 retomou as operações no leste da RDC em 2021, e os confrontos com o Governo e as forças aliadas deslocaram centenas de milhares de pessoas e provocaram uma crise humanitária generalizada.

Os combatentes do M23 têm feito rápidos avanços no leste da RDC desde Janeiro, tomando cidades estratégicas e vastos territórios em confrontos, que deixaram milhares de mortos.

As primeiras conversações frente a frente entre as duas partes, desde que a ofensiva do M23 se intensificou, ocorreram entre o Presidente da RDC, Felix Tshisekedi, e o homólogo rwandês, Paul Kagame, no Qatar a 18 de Março.

No mês passado, a RDC e o Rwanda concordaram, em conversações realizadas nos Estados Unidos, em chegar a um projecto de acordo de paz até 02 de Maio, aumentando as esperanças de um fim para a crise desencadeada pela ofensiva relâmpago do M23.

 

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