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Guiné Equatorial confirma contactos com EUA para receber migrantes deportados

Guiné Equatorial confirma contactos com EUA para receber migrantes deportados - DR
Guiné Equatorial confirma contactos com EUA para receber migrantes deportadosImagem: DR

09/05/2025 19h29

Malabo - O vice-Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, confirmou que os Estados Unidos manifestaram a intenção de expulsar os migrantes africanos para o seu país.

"Confirmo que houve uma conversa em que os Estados Unidos manifestaram as suas intenções, mas nada aconteceu, relativamente à expulsão de migrantes para o nosso país", escreveu o vice-Presidente na quarta-feira à noite na rede social X, alguns dias após a publicação de vários artigos na imprensa e discussões nas redes sociais sobre o assunto.

De acordo com a imprensa internacional, em Malabo, a capital, o assunto causou agitação entre alguns cidadãos nativos, que temem que os migrantes sejam "criminosos".

"Na minha opinião, pode haver um acordo, mas nós escolhemos as pessoas que podemos receber de acordo com o seu perfil", afirmou o vice-Presidente responsável pela defesa e segurança, acrescentando que o país quer evitar "aceitar pessoas com antecedentes criminais'.

Em troca da deportação de migrantes africanos dos Estados Unidos para a Guiné Equatorial, Malabo pediu à administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, para cobrir as suas despesas de alojamento e de subsistência e para investir em actividades locais que lhes permitam reintegrar-se na sociedade, segundo o vice-Presidente.

No final de Abril, os Estados Unidos tinham declarado que estavam "activamente" à procura de países dispostos a aceitar cidadãos de países terceiros e assim cumprir a promessa de campanha de Donald Trump de um programa maciço de deportação de imigrantes ilegais.

Segundo o jornal 'online' Radio Macuto, sediado em Espanha e próximo da oposição, "a retórica parece benevolente, mas choca com a realidade nas ruas de Malabo, Bata e outras cidades do país, onde as autoridades lançaram nas últimas semanas uma nova vaga de rusgas e expulsões arbitrárias contra imigrantes subsaarianos, muitos dos quais vivem na Guiné Equatorial há anos".

Nigerianos, camaroneses e tchadianos foram detidos sem mandado e recentemente deportados sem piedade.
"É difícil compreender como é que um regime que expulsa do seu território migrantes pobres e sedentários está agora disposto a acolher outros migrantes expulsos dos Estados Unidos", questiona o jornal.

Em meados de Abril, Malabo expulsou um grupo de mais de 200 cidadãos camaroneses.

O incidente provocou tensões diplomáticas com Yaoundé, que convocou o embaixador da Guiné Equatorial para lhe comunicar a sua "indignação e desaprovação".

As autoridades da Guiné Equatorial responderam que tinham expulsado do seu território "migrantes ilegais".

 

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