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Governo dos Países Baixos cai após saída da extrema-direita

Governo dos Países Baixos cai após saída da extrema-direita
Governo dos Países Baixos cai após saída da extrema-direita Imagens: DR

Redacção

Publicado às 21h49 03/06/2025

Haia - O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou hoje a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido de extrema-direita PVV, de Geert Wilders.

Em conferência de imprensa após uma reunião ministerial de quase duas horas, Schoof revelou que apresentará as demissões dos cinco ministros ao Rei Willem-Alexander e que, a partir de então, o Governo ficará remetido à gestão de assuntos em curso.

"No Conselho de Ministros, discutimos a situação atual e concluímos que, com a saída do PVV, já não há apoio suficiente no parlamento para este executivo", afirmou Schoof, acrescentando que transmitiu aos líderes das quatro fações da coligação que a queda do Governo é "desnecessária e irresponsável".

Este quadro impede a continuidade de um governo minoritário e levará os Países Baixos a novas eleições gerais, um ano e meio depois das anteriores, que foram vencidas pelo PVV.

Schoof, um funcionário público de carreira sem filiação partidária, comentou que, quando foi convidado para primeiro-ministro há um ano, aceitou o cargo "com a convicção de que poderia contribuir de alguma forma para a solução dos problemas que o país enfrenta".

Afirmou ainda que "mantém essa convicção" e, por isso, continuará a trabalhar a título interino até que seja formado um novo governo.

"Estamos a enfrentar grandes desafios a nível nacional e internacional e, mais do que nunca, precisamos de determinação para garantir a segurança, a resiliência e a economia", justificou.

Schoof ficará acompanhado por ministros do partido liberal VVD, dos Democratas Cristãos (NSC) e do Partido dos Agricultores (BBB), mas desconhece-se quem ocupará temporariamente os cinco ministérios deixados pelos políticos ligados ao PVV.

O Governo cessante tomou posse em 02 de julho do ano passado, após meses de negociações entre os quatro partidos da coligação que se formou no seguimento das eleições de novembro de 2023.

Após acaloradas negociações de última hora com o objetivo de salvar a coligação de quatro partidos, Wilders declarou que não tinha outra alternativa a não ser retirar os seus ministros.

"Integrei-me para uma política de asilo mais rigorosa, não para o colapso do país", argumentou Wilders, de 61 anos, cujo partido emergiu como o surpreendente vencedor das eleições de novembro de 2023.

A retirada dos ministros do PVV abre um período de incerteza política no país, a quinta maior economia da União Europeia (UE), à medida que partidos de extrema-direita ganham terreno em todo o continente.

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