Moçambique receber apoio do Fundo Global Para o Ambiente


Maputo - Moçambique vai beneficiar de cerca de 4,8 milhões de dólares do Fundo Global para o Ambiente (GEF), para apoiar iniciativas ligadas à gestão de lixo electrónico.
O anúncio foi feito durante um encontro realizado em Joanesburgo, África do Sul, onde representantes de vários países da SADC discutiram soluções para o crescente problema dos resíduos electrónicos.
A informação foi avançada por Russell Cobbal, gestor de resíduos químicos no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Este valor faz parte de um pacote de 10 milhões de dólares (660 mil milhões de meticais) reservado aos primeiros países elegíveis da região: Moçambique, África do Sul, Namíbia, Botsuana, Lesoto e Essuatíni. A expectativa é que os fundos comecem a ser disponibilizados no segundo semestre deste ano.
Segundo Emília Polana, técnica responsável pela Convenção de Estocolmo em Moçambique, o País já tratou da maior parte da papelada necessária. “Faltam só alguns documentos finais, como as cartas de apoio da sociedade civil e da CTA, para fechar o processo”, explicou.
Com o financiamento, prevê-se a criação de centros de reciclagem, recolha de equipamentos usados, formação de técnicos e campanhas para encorajar formas mais seguras de deitar fora este tipo de lixo. O objectivo é evitar que substâncias tóxicas, como metais pesados e plásticos perigosos, acabem por contaminar o solo, os rios e o ar.
A directora do Instituto África, Bianca Dlamine, alertou que o lixo electrónico que vai parar às lixeiras do dia-a-dia representa um perigo sério. “É uma ameaça para a saúde das pessoas e estraga o ambiente”, disse, lembrando que muitos países já enfrentam problemas graves por falta de sistemas próprios de recolha e reciclagem.
Além disso, sublinhou que reciclar ajuda também a travar o aquecimento global, porque evita o fabrico de novos equipamentos, um processo que consome bastante energia e liberta muitos gases poluentes.