Cabo Verde lança concurso internacional para pescado na Ilha de São Vicente


Cidade de Praia - A Enapor, empresa pública cabo-verdiana de portos, vai lançar um concurso internacional para a concessão da plataforma frigorífica de pescado do Mindelo, na ilha de São Vicente, que se encontra encerrada há um ano.
A decisão surge depois de terem sido canceladas as negociações anteriores com um consórcio espanhol interessado em gerir a unidade, segundo a Lusa.
“Todas as negociações foram canceladas. Vamos avançar com um concurso internacional. Vários operadores manifestaram interesse. Temos de garantir a igualdade de oportunidades e a transparência nos processos”, afirmou Ireneu Camacho, presidente do conselho de administração da Enapor.
O Governo estava em conversações com um consórcio constituído pelas empresas espanholas Ubago – proprietária da empresa de conservas Frescomar – Jealsa e os supermercados Mercadona. A plataforma era anteriormente gerida pela Atunlo, que suspendeu as operações há um ano devido a um processo de falência voluntária em Espanha.
Após o encerramento, 210 trabalhadores foram despedidos durante quatro meses, recebendo metade dos seus salários. A Enapor reactivou a fábrica e está agora a preparar um plano de investimento e a definir os critérios para o lançamento do concurso público.
De acordo com a administração da Enapor, já houve manifestações de interesse de consórcios de Espanha, Portugal, Colômbia e Marrocos, entre outros países.
A empresa pretende avançar com dois processos até ao final de Julho: a reactivação do “navio dois” e o reforço do transbordo de pescado para exportação.
“Já reabilitámos alguns dos edifícios e, até ao final do mês, estaremos a concluir as reparações normais de qualquer unidade industrial. Em breve poderemos partilhar mais detalhes sobre esta fase de requalificação, limpeza e manutenção dos activos”, explicou Camacho.
Com a retoma da plataforma, a Enapor espera um “impacto muito positivo” no transbordo e conservação de pescado e na criação de emprego. Dos 210 trabalhadores, 45 já regressaram.
Os salários e os direitos sociais foram regularizados e a maioria dos colaboradores estão a receber formação para retomarem as suas funções até ao final deste mês.