Presidente Museveni quebra fala sobre a guerra entre Israel e Irão


Kampala - O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, culpou o Irão, Israel e as potências ocidentais por alimentarem o conflito entre israelitas iranianos, delineando a sua posição numa carta de cinco páginas divulgada na terça-feira, 24 de Junho, à medida que as tensões diplomáticas continuam a aumentar, segundo o portal África News.
Museveni, que também preside o Movimento dos Países Não-Alinhados, é um dos primeiros líderes africanos a comentar publicamente o conflito em curso no Médio Oriente desde que Israel lançou a 12 de Junho o primeiro ataque com mísseis contra alvos militares nucleares iranianos.
Respondendo a uma alegada crítica do embaixador iraniano no Uganda sobre o silêncio do presidente ugandês sobre o conflito, Museveni dirigiu-se a rede social X para partilhar a longa carta que aborda a situação.
Na carta, o presidente nomeia quatro actores que, segundo ele, são responsáveis pelo conflito. Tanto o Irão como Israel estão entre os perpetradores listados. Museveni afirmou que o estado iraniano não reconheceu Israel e culpou este último (Israel) por se recusar a implementar a solução de dois Estados (reconhecimento da Palestina como estado).
Museveni disse ainda que os "imperialistas ocidentais", particularmente a Agência Central de Inteligência dos EUA, foram responsáveis pela deposição do antigo líder iraniano Mohammad Mosaddegh, levando ao estabelecimento do actual governo teocrático do Irão.
“Foram eles que criaram este enorme ressentimento que produziu estes clérigos que têm as suas próprias posições erradas”, disse.
Por fim, o estadista apelou aos “intervencionistas” estrangeiros para reduzirem o uso da força no Médio Oriente, argumentando que o envolvimento militar apenas provoca uma maior escalada.
Como presidente do Movimento dos Países Não-Alinhados (MNA) para o período de 2024 a 2027, os comentários de Museveni têm um peso substancial.
A organização que preside tem 121 membros, incluindo todos os Estados africanos, excepto o Sudão, e historicamente mantém a neutralidade em conflitos que envolvem superpotências como os EUA e a Rússia.