RDC e Rwanda assinam acordo de paz para cessar conflitos


Washington - A República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda assinaram, em Washington, um acordo mediado pelos Estados Unidos da América que pretende cessar conflitos no leste da RDC, que duram há mais de três décadas.
O acordo, assinado na passada sexta-feira pelos ministros das Relações Externas dos dois países africanos - Thérèse Kayikwamba Wagner da RDC e Olivier Nduhungirehe do Rwanda - e testemunhado por Rubio, também ajudará as empresas norte-americana a obter acesso a minerais essenciais necessários para grande parte da tecnologia mundial, como o cobalto, num momento em que os Estados Unidos e a China estão a competir activamente por influência em África.
Sobre os compromissos assumidos pelas duas partes, estes inspiraram-se numa Declaração de Princípios aprovada em Abril entre os dois países e que prevê "o respeito pela integridade territorial e o fim das hostilidades" no leste da RDC.
Segundo o chefe da diplomacia rwandesa, a RDC concordou em cessar todo o apoio aos militantes hutus ligados ao genocídio de 1994.
O acordo de paz é "baseado no compromisso assumido aqui de pôr fim de forma irreversível e verificável ao apoio do Estado (congolês) às FDLR (Forças Democráticas pela Libertação de Rwanda) e às milícias associadas", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros rwandês, Olivier Nduhungirehe, durante a cerimónia.
O conselheiro do Presidente Trump para a África, Massad Boulos, indicou que Kigali se compromete a "levantar as medidas defensivas do Rwanda", mesmo que o acordo não mencione explicitamente o Movimento 23 de Março (M23), até ao momento alegadamente apoiado pelo Rwanda e que no início do ano realizou ofensivas e conquistou cidades no leste da RDC.
Para o Presidente norte-americano, Donald Trump, a assinatura deste documento marca "um grande dia para o mundo".
Já o secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que este acordo marca "um momento importante após 30 anos de guerra" no leste da RDC.