Líder da ONU para África defende uso de energia nuclear no continente


Viena - O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África defendeu, terça-feira, a utilização de energia nuclear em África, considerando que o desenvolvimento económico no continente vai precisar de um aumento exponencial de energia.
“Devemos aproveitar o potencial da energia nuclear e adotar um compromisso político ousado, apoiado por um roteiro nacional claro, incluindo datas-alvo para centrais operacionais e iniciativas de capacitação de longo prazo”, escreveu Claver Gatete num artigo de opinião distribuído a imprensa.
No seu artigo, aquele responsável da ONU anuncia o apoio à energia nuclear e afirma que “o potencial é enorme e pode resultar na criação de milhares de empregos qualificados e na transformação do sistema energético de África para uma maior segurança energética”.
Para o subsecretário-geral das Nações Unidas, os governos africanos devem “aproveitar a fiabilidade da energia nuclear, já que, com um fator de capacidade de 90%, as centrais têm umavida útil até 45 anos” e poderão ajudar a atingir as metas previstas por várias entidades internacionais sobre as necessidades energéticas do continente.
“A Agência Internacional de Energia estima que o crescimento da indústria, do comércio e da agricultura em África exigirá um aumento de 40% na procura de eletricidade até 2030, e a UNECA prevê que as necessidades de eletricidade da Zona de Comércio Livre Continental Africana [AfCFTA, na sigla em inglês] representarão 8% da capacidade total de eletricidade do continente até 2035 e 14% até 2040, exigindo um investimento adicional de 22,4 mil milhões de dólares entre 2025 e 2040″, lembra Gatete, acrescentando que, “até 2040, devido ao rápido crescimento populacional e económico em África, o fornecimento de eletricidade deverá aumentar mais de quatro vezes”.