Banco Mundial satisfeito com projectos no sector eléctrico em Moçambique


Maputo – O Presidente do Banco Mundial (BM) Ajay Banga, manifestou, domingo, a sua satisfação no domínio dos projectos do sector eléctrico na capital moçambicana.
O Presidente do BM, que está em Maputo numa visita de trabalho, disse que os projectos já permitiram elevar a taxa de cobertura de 31% da população em 2018 para 60% em 2024.
Moçambique pretende levar electricidade a mais 600 mil casas este ano, ultrapassando as 563 mil ligações em 2024, segundo previsões do Governo.
De acordo com a última actualização da Electricidade de Moçambique (EDM), só no primeiro trimestre de 2025 foram concluídas 90 mil novas ligações à rede eléctrica no país, já então o dobro da meta prevista para o mesmo período.
O Banco Mundial aprovou em Março um financiamento de 100 milhões de dólares a que acresce 31 milhões de dólares (26,6 milhões de euros) da Noruega e Suécia para a terceira fase do programa de acesso a electricidade à população moçambicana, prevendo mais 146 mil ligações.
"Este financiamento permitirá acelerar as iniciativas em curso para garantir o acesso universal à energia eléctrica até 2030, beneficiando directamente cerca de 700 mil pessoas", explicou a EDM.
Em causa está um financiamento ao projecto "Ascent" Acelerando a Transformação do Acesso à Energia Limpa e Sustentável, uma nova fase do programa "Energia para Todos", a disponibilizar pela Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), parte do grupo BM, em colaboração com o Governo de Moçambique, segundo a eléctrica estatal.
Aurélio Arlindo, morador há 14 anos, no município da Matola, arredores da capital moçambicana, faz contas ao futuro ao ver a dez metros o último poste que levará a electricidade a casa enquanto o presidente do Banco Mundial, que financia estas operações, lhe bate à porta.
"Nunca viram televisão de verdade, eu só mostro no telefone. Então, com televisão, eles vão ver muita coisa mesmo", começa por contar à Lusa, sobre a expectativa dos quatro filhos, crianças, com a chegada da electricidade a casa onde vive há 14 anos, no município da Matola, arredores da capital moçambicana.
Desempregado, com 38 anos, a chegada da electricidade à pequena casa, apenas em tijolo, onde vivem seis pessoas está por dias e Aurélio Arlindo já pensa em criar ali um pequeno negócio, servindo bebidas frias a quem passa naquele bairro, uma zona de expansão de Maputo.
"Está a chegar mesmo, estou a gostar muito. Vai-me ajudar. Já fiz a instalação, estou só à espera", atira, enquanto aponta para o poste e os cabos prontos a ligar a casa, no meio do bairro de Mwamatibjana, onde a electricidade tinha ficado, na última contagem, a um quilómetro de distância.
Além de Aurélio Arlindo, Ajay Banga, que termina hoje uma visita de dois dias a Moçambique, conheceu o empreendedor Hermínio Guambe. A recente chegada da electricidade ao bairro Siduava permitiu-lhe construir o negócio da farmácia e, ao lado, um salão de beleza, enquanto já preparava o crescimento.