CRIME
Polícia sul-africana acusada de cumplicidade com grupos criminosos

10/07/2025 15h21
Joanesburgo - Presidente sul-africano diz estar preocupado com acusações de cumplicidade entre altas patentes da polícia e grupos criminosos, pelo que quer toda a informação, incluindo o próprio Ministro, até esta sexta-feira.
Depois de regressar da cimeira dos BRIC’S, Cyril Ramaphosa, terá tido um breve encontro, esta quarta-feira, com o comandante-geral da polícia sul-africana, o general Fannie Massemola, para as primeiras impressões em torno das bombásticas acusações feitas pelo chefe da corporação na província de Kwazulu-Natal.
Ramaphosa quer reunir toda a informação antes de agir, até porque classificou as acusações de graves, porque mexem com a segurança da África do Sul.
De forma clara e aberta, o comandante de Kwazulu-Natal, o General Nhlanhla Mkwanazi, disse que a corporação estava infiltrada e que havia conluio entre grupos de criminosos e altas patentes da polícia, incluindo o Ministro Senzo Mchunu. No campo político, estas declarações mereceram diversas reações.
A Aliança Democrática disse que, esta quinta-feira, vai abrir um processo crime contra o Ministro da Polícia e exigiu um debate urgente sobre a matéria no Parlamento.
A presidente do Parlamento, Thoko Didisa, instruiu as comissões da Polícia; da Justiça e Desenvolvimento Constitucional e da Inteligência a iniciarem, com urgência, a analise das acusações feitas por Nhlanhla Mkwanazi.
As três comissões deverão apresentar um relatório conjunto, um prazo máximo de 14 dias, segundo determinação da Presidente do Parlamento sul-africano.
No entanto, Thoko Didisa bloqueou o debate no plenário sugerido por dois partidos e explica as razões:
“Nos termos do nosso regimento, ele permite que partidos políticos ou membros do parlamento solicitem um debate urgente para a discussão de qualquer assunto de importância pública. No entanto, a opinião da Presidente do Parlamento foi a de que é importante solicitar à Comissão da Polícia e à Comissão da Justiça e Desenvolvimento Constitucional para que se reúnam e analisem o processo e a abordagem que o parlamento deve seguir. Em 14 dias, eles retornarão ao parlamento para aconselhar qual será a abordagem que o parlamento deve adoptar em relação a este assunto levantado pelo General Mkwanazi. Os demais assuntos dizem respeito ao campo de inteligência. É por isso que o assunto foi encaminhado à Comissão Permanente Conjunta de Inteligência”, disse.
Ainda esta quarta-feira, o comandante-geral da polícia sul-africana negou que tenha ordenado o desmantelamento da equipa especial que estava encarregue de investigar casos de assassinatos com motivações políticas.
O Governador de Kazulu-Natal diz que apoia o comandante da polícia chamando-o de homem íntegro e de princípios.