ONU
Comissão Económica da ONU pede mais apoio às PME e ao sector agrícola

11/07/2025 20h40
Adis Abeba - A Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA, sigla em inglês) apelou aos Governos africanos para reforçarem o apoio às pequenas e médias empresas (PME) e ao sector agrícola.
O objectivo é implementar medidas sustentáveis e específicas que facilitem o comércio e impulsionem o crescimento económico no continente.
Melaku Desta, director interino da ECA para a divisão de integração regional e comércio, destacou a importância de facilitar o comércio, especialmente para as PME e o sector agrícola.
Durante o lançamento do Inquérito Global da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Facilitação do Comércio Digital e Sustentável 2025, em Adis Abeba, na Etiópia, afirmou: “As PME e a agricultura são a espinha dorsal da maioria das economias africanas”.
O responsável enfatizou que estes sectores são fundamentais, especialmente para garantir o sucesso da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA). “A implementação bem-sucedida da ZCLCA depende de acções concretas para facilitar o comércio e apoiar os sectores-chave”, explicou.
O Inquérito Global da ONU revelou que, entre 2023-25, África registou um aumento significativo de 6,8% na implementação de medidas gerais de facilitação do comércio. Em 2023, o índice era de 55,6%, e espera-se que atinja 62,4% até finais deste ano. As regiões da África Austral e Oriental destacaram-se, com taxas de implementação mais elevadas.
Embora o desempenho de África tenha melhorado, a pesquisa global indicou que o progresso nas medidas voltadas para o comércio sustentável, especialmente para as mulheres, as PME e o sector agrícola, é ainda limitado.
O inquérito constatou também que as economias desenvolvidas lideram, com uma taxa de implementação de 86%, seguidas pelas regiões do Sudeste e Leste Asiático, com 81%.
Armida Salsiah Alisjahbana, secretária-executiva da Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico (ESCAP), sublinhou os desafios globais recentes no comércio. “As extensas medidas pautais criaram incerteza e aumentaram os custos do comércio, enquanto as perturbações expuseram as vulnerabilidades das cadeias de abastecimento mundiais”, afirmou.
Por fim, a ECA acredita que acordos regionais, como a ZCLCA e o seu protocolo sobre o comércio digital, são essenciais para promover negócios mais inclusivos e sustentáveis em África. A implementação destes protocolos poderá ajudar o continente a enfrentar os desafios climáticos e avançar para um comércio digitalizado e ecológico.