CONFLITO
Pelo menos 27 civis mortos em confrontos entre grupos rebeldes na RDC
23/07/2025 21h30
Kinshasa - Pelo menos 27 civis morreram e dezenas ficaram feridos em confrontos entre grupos armados na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), confirmou hoje um porta-voz da sociedade civil.
Os combates ocorreram entre as milícias do Frente Popular de Autodefesa de Ituri (FPAC-Zaire) e do grupo rebelde Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), nas aldeias de Nizi e Lopa, entre domingo e segunda-feira, explicou o porta-voz da sociedade civil do território de Djugu, Ackim Saky, à agência de notícias EFE.
Em Lopa, o número de vítimas aumentou de 13 para 18 após a descoberta de cinco corpos adicionais, num ataque inicial do Codeco.
"Na segunda-feira, ocorreram confrontos violentos entre milicianos de Zaire e do Codeco na localidade vizinha de Nizi, onde lamentavelmente morreram seis civis." Além disso, outros três civis foram assassinados em Lopa", detalhou Saky.
O porta-voz acrescentou que uma dezena de feridos permanecem hospitalizada em centros médicos na sede de Bahema Baguru, em Djugu.
As autoridades locais enterraram várias vítimas na terça-feira, embora alguns cadáveres ainda estejam na morgue à espera de sepultura.
Enquanto isso, as actividades comerciais continuam suspensas e a maioria da população permanece de luto, à espera que a situação de segurança se normalize na região.
Desde 2022, várias áreas de Ituri sofrem uma escalada de ataques, muitos deles perpetrados pelo Codeco, que afirma representar a comunidade lendu (de agricultores) e que foi formado em 2018 para combater os abusos do Exército.
Os ataques desta segunda-feira ocorreram apenas semanas depois de seis milícias que operam em Ituri incluindo a Codeco e o FPAC-Zaire - assinarem um novo acordo de cessar-fogo.
Os outros signatários foram a Força Patriótica e Integracionista do Congo (FPIC), a Frente de Resistência Patriótica de Ituri (FRPI), o Movimento de Autodefesa Popular de Ituri (MAPI) e Chini Ya Tuna.
Apesar do pacto, a violência persiste na província, onde a população vive aterrorizada por estes grupos e outros como as Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês), afiliados ao grupo extremista Estado Islâmico.
Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado pela presença de milícias rebeldes e por confrontos com o exército, apesar do destacamento da missão da ONU (Monusco).