Prisão perpétua para pessoas envolvidas em actos de terrorismo no Burkina Faso


Ouagadougou - Treze pessoas envolvidas em "actos de terrorismo" foram condenadas à prisão perpétua no Burkina Faso e cerca de 60 receberam penas de até 21 anos de prisão, noticia hoje a agência de notícias France-Presse (AFP), citando fontes oficiais.
"Treze pessoas foram condenadas a prisão perpétua" e "63 pessoas foram condenadas a penas de prisão que variam entre 10 e 21 anos", segundo um comunicado do departamento judicial especializado na repressão de actos terroristas, do ministério da Justiça do Burkina Faso, consultado hoje pela AFP.
Outras duas pessoas foram condenadas a um e três anos de prisão, em várias sessões judiciais realizadas de Janeiro a Julho, pelo departamento especializado.
O Burkina Faso é atingido há cerca de 10 anos por ataques terroristas recorrentes que o governo militar no poder tem dificuldade em conter.
A 02 de Março de 2018, um duplo ataque visou o Estado-Maior das Forças Armadas e a Embaixada da França.
O ataque contra o Estado-Maior causou oito mortes entre os militares, enquanto o ataque contra a embaixada resultou na morte de quatro terroristas que não conseguiram entrar no recinto diplomático.
Segundo o procurador Lafama Prosper Thiombiano, "seis arguidos foram condenados nestes processos, três deles a prisão perpétua e os outros três a penas de prisão de 21 anos cada".
Os três primeiros arguidos foram condenados a prisão perpétua, em primeira instância, pelo duplo ataque em Março de 2018, que causou oito mortos e 85 feridos.
Eles foram processados por "actos terroristas", "cumplicidade em assassínios" e "cumplicidade em tentativas de assassínios".
Embora a capital Ouagadougou não tenha sido mais alvo de ataques desde então, o Burkina Faso continua a enfrentar violência terrorista em grande parte do seu território.
A ONG ACLED, que regista as vítimas de conflitos em todo o mundo, relata mais de 26 mil mortos, civis e militares, desde 2015 no Burkina Faso, mais de metade dos quais nos últimos três anos, apesar da chegada ao poder, em Setembro de 2022, da junta do capitão Ibrahim Traoré, que fez do restabelecimento da segurança a sua prioridade.