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Sudão do Sul rejeita ter planos com Israel para realojar palestinianos

Sudão do Sul rejeita ter planos com Israel para realojar palestinianos
Sudão do Sul rejeita ter planos com Israel para realojar palestinianos Imagens: DR

Redacção

Publicado às 22h26 13/08/2025 - Actualizado às 22h26 13/08/2025

Juba - O Sudão do Sul rejeitou hoje informações divulgadas pela imprensa norte-americana sobre alegadas conversações entre os Governos sul-sudanês e israelita para realojar palestinianos da Faixa de Gaza no país africano.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional da República do Sudão do Sul refuta veementemente as recentes notícias da imprensa que afirmam que o Governo da República do Sudão do Sul está em conversações com o Estado de Israel sobre a realocação de cidadãos palestinianos de Gaza no Sudão do Sul", declarou o departamento num comunicado.

Segundo a nota de imprensa, tais afirmações "carecem de fundamento e não reflectem a posição nem a política oficial do Governo da República do Sudão do Sul", pelo que o ministério instou os meios de comunicação social a "agirem com a devida diligência e a verificarem as informações através dos canais oficiais".

A comunicação social norte-americana noticiou nas últimas horas, com base em declarações de fontes que solicitaram o anonimato, que Israel está a manter conversações com o Sudão do Sul para avaliar a possibilidade de instalar os palestinianos da Faixa de Gaza no país africano, numa nova tentativa de expulsar a população do enclave devastado por 20 meses de guerra.

O Governo israelita já anteriormente manifestou a intenção de realojar a população de Gaza noutros países, como o Egipto ou a Jordânia, o que desencadeou uma onda de condenações por parte da comunidade internacional e dos próprios palestinianos, que consideram esses planos uma forma de expulsão forçada das suas terras.

Isto ocorreu no mesmo dia em que a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Sharren Haskel, realiza a primeira visita oficial de um representante do Governo israelita ao Sudão do Sul, onde se reunirá com o Presidente, Salva Kiir, e outros altos responsáveis do executivo sul-sudanês.

Nos últimos meses, o Sudão do Sul tem feito esforços para aumentar as suas relações com Israel com o objectivo de estreitar laços com os Estados Unidos que levem ao levantamento das sanções e de outras medidas impostas a alguns líderes do país africano.

Desde a sua independência do Sudão, em 2011, o país passou por múltiplas crises e ainda está a tentar superar a guerra civil que, entre 2013 e 2018, fez cerca de 400 mil mortos e provocou uma catástrofe humanitária.

De acordo com um relatório do Banco Mundial de Dezembro passado, a pobreza no Sudão do Sul é endémica e a vulnerabilidade é "quase universal, após uma década de declínio económico no país mais jovem do mundo", onde 76% da população vive abaixo do limiar da pobreza, enquanto a pobreza extrema - aqueles que vivem com menos de 2,15 dólares por dia - afecta mais de dois terços da população.

 

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