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Países ocidentais pedem para que se deixe entrar apoio ao Sudão

Países ocidentais pedem para que se deixe entrar apoio ao Sudão
Países ocidentais pedem para que se deixe entrar apoio ao Sudão Imagens: DR

Redacção

Publicado às 19h08 14/08/2025

Bruxelas - A União Europeia (UE), Reino Unido, Japão e Canadá apelaram hoje às partes envolvidas no conflito no Sudão para deixarem entrar urgentemente apoio humanitário, exigindo responsabilidade dos intervenientes na guerra civil que devasta o país há dois anos.

Numa declaração conjunta, insistem que a população "tem de ser protegida e o acesso humanitário tem de ser garantido".

O Sudão está também a atravessar a maior epidemia de cólera dos últimos anos. Pedindo uma "pausa humanitária", a comunidade internacional alertou para o agravamento da situação em Al-Fashir.

"À medida que os combates continuam em Darfur do Norte, centenas de milhares de pessoas estão presas nos arredores da cidade de Al-Fashir, cercada pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)", alertou a comunidade internacional.

Na declaração conjunta, a UE, Reino Unido, Japão e Canadá denunciam o corte de todos os acessos para a ajuda humanitária no último ano e que a população, em especial mulheres e crianças, estão expostas a violações e crimes sexuais.

"Isto não pode continuar. Todas as partes envolvidas no conflito são responsáveis pela protecção dos civis em Darfur e Kordofan [...], exigimos o cumprimento dos compromissos de assegurar acesso imediato, incondicional, seguro e sem limitações de apoio humanitário às populações em necessidade" e que impeçam a violação de mulheres e crianças.

Pelo menos 40 mortes relacionadas com a cólera foram registadas numa semana na região do Darfur, oeste do Sudão, declarou hoje a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

"Além de uma guerra generalizada, os sudaneses enfrentam actualmente a pior epidemia de cólera que o país conheceu em anos", destacou a MSF.

Só na região do Darfur, as equipas da MSF "trataram mais de 2.300 pacientes e registaram 40 mortes na semana passada devido à cólera", acrescentou a organização. A doença, transmitida por água e alimentos contaminados, pode matar em poucas horas, sem tratamento.

Desde Julho de 2024, cerca de 100 mil casos de cólera foram registados em todo o Sudão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a doença a espalhar-se "por todos os estados" do país.

A guerra no Sudão começou a 15 de Abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram e outros 13 milhões foram forçados a fugir das suas casas, tornando o país palco da pior crise humanitária do planeta, segundo as Nações Unidas.

 

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