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Aeroporto de Cartum atacado por drones na véspera da reabertura

Aeroporto de Cartum atacado por drones na véspera da reabertura
Aeroporto de Cartum atacado por drones na véspera da reabertura Imagens: DR

Redacção

Publicado às 15h15 21/10/2025

Cartum - Um ataque com aviões não pilotados atingiu esta madrugada os arredores do Aeroporto Internacional de Cartum, um dia antes de as autoridades sudanesas planearem reabrir a instalação para voos domésticos, pela primeira vez em mais de dois anos, noticia a AFP.

Testemunhas disseram à AFP que ouviram o barulho dos aparelhos, também conhecidos como drones, sobre o centro e o sul da capital sudanesa, bem como várias explosões na zona do aeroporto entre as 04h00 e as 06h00, hora local (00h00 - 04h00 TMG).

O aeroporto da capital sudanesa está fechado desde Abril de 2023, quando iniciou o conflito entre o exército do país e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) que retomou o controlo da capital na primavera daquele ano.

Na segunda-feira, a Autoridade de Aviação Civil do Sudão anunciou que o aeroporto reabriria esta quarta-feira, com uma retomada gradual dos voos domésticos, após a conclusão de preparativos técnicos e operacionais.

Embora Cartum tenha permanecido relativamente calma desde que o exército retomou o controlo, continua a ser alvo de ataques com drones, com as RSF a serem repetidamente acusadas de atacar infra-estruturas militares e civis.

Uma testemunha ocular também disse à AFP que drones atacaram esta madrugada o norte de Omdurman, cidade gêmea de Cartum, visando uma área conhecida por abrigar algumas das maiores instalações militares do Sudão.

Nenhuma reivindicação pelos ataques foi feita até agora e nenhuma informação sobre vítimas ou danos está disponível.

O ataque desta madrugada soma-se a dois anteriores levados a cabo, também através de drones, na capital no período de uma semana, contra duas bases militares no noroeste de Cartum.

Após a contra-ofensiva do exército e a retomada de Cartum, mais de 800.000 pessoas retornaram à capital. O governo alinhado com o exército lançou desde então uma ampla campanha de reconstrução e está a deslocar para a capital os funcionários públicos de Port Sudan (leste), para onde haviam sido transferidos.
Grandes partes de Cartum continuam em ruínas, com milhões de pessoas ainda a sofrer cortes frequentes de energia, relacionados, em particular, com a actividade dos drones das RSF.

O conflito concentra-se agora no oeste do Sudão, onde as forças das RSF cercam há 18 meses El-Facher, a última grande cidade da província de Darfur, que escapa ao seu controlo.

Se conquistarem a cidade, as RSF vão controlar todo o Darfur e grande parte do sul do Sudão, com o exército a controlar o centro, o leste e o norte do país.

A guerra no Sudão matou dezenas de milhares de pessoas, deslocou quase 12 milhões de habitantes e provocou o que a ONU descreve como "a pior crise humanitária do mundo".

 

 

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