Eleitores da Côte D´Ivoire escolhem hoje Presidente da República
Abidjan - Cerca de 8,7 milhões de eleitores da Côte D´Ivoire vão às urnas hoje para escolherem o próximo Presidente, num clima de tensão marcado por manifestações, segundo a AFP.
Na corrida presidencial concorrem cinco candidatos, incluindo o actual Presidente, Alassane Ouattara, apesar do Conselho Constitucional ter recibo cerca de 60 candidaturas.
Alassane Ouattara, do partido União dos Houphouëtistas pela Democracia e a Paz (RHDP), que assumiu o cargo em 2010, enfrentará os ex-ministros Jean-Louis Billon, da coligação Congresso Democrático, e Ahoua Don Mello, independente, bem como a ex-primeira-dama Simone Gbagbo, do Movimento das Gerações Capazes (MGC), e Henriette Lagou, do partido Renovação para a Paz e a Concórdia (RPC-PAIX), que também foi candidata em 2015.
Os principais opositores, Laurent Gbagbo e Tidjane Thiam, foram excluídos da corrida presidencial, sendo as suas candidaturas rejeitadas pelo Conselho Constitucional.
O primeiro devido a uma condenação judicial ocorrida em 2018 e o segundo por questões de nacionalidade.
Esta exclusão reforça a probabilidade de Alassane Ouattara ganhar as eleições, sendo que se vencer vai para um quarto mandato, contestado e declarado como inconstitucional pela oposição.
A campanha eleitoral, que começou a 10 de Outubro, foi marcada por manifestações convocadas pelos partidos da oposição, que exigiam diálogo político.
Segundo as autoridades, uma pessoa morreu e cerca de 700 outras foram detidas nos protestos, sendo que a oposição contesta que são três vítimas mortais.
O país da África Ocidental, com uma população de 32 milhões de habitantes, nunca teve nenhuma eleição presidencial desde 1995 que resultasse numa mudança pacífica de poder.
Entre 2002 e 2007, a Côte D´Ivoire mergulhou numa guerra civil, sendo o conflito alimentado por divisões étnicas que opuseram o sul do país ao norte.
A Côte D´Ivoire é o maior produtor global de cacau, representando 40% da produção mundial, sendo o sector agrícola que mais impulsiona a sua economia, apesar do país possuir recursos minerais e hidrocarbonetos.