União Europeia rejeita divisão do Sudão

Bruxelas - A União Europeia (UE) rejeitou segunda-feira qualquer tentativa de dividir o Sudão e condenou o conflito no país, que há dois anos representa uma ameaça à região.

Segundo um comunicado divulgado pelo Conselho Europeu, "a União Europeia manifesta extrema preocupação quanto à unidade, integridade territorial e estabilidade do Sudão, que estão gravemente em risco, com uma fragmentação crescente ao longo de linhas políticas e étnicas, agravada ainda mais pelo surgimento de estruturas de governação paralelas".

"A União Europeia rejeita qualquer tentativa de divisão do Sudão", sublinham os Estados-membros.

Os 27 condenaram o conflito em curso no Sudão, que "tem causado a perda de milhares de vidas e imenso sofrimento ao povo sudanês há mais de dois anos, representando uma séria ameaça à estabilidade e à segurança em toda a região".

O Conselho Europeu sublinha que a responsabilidade principal pelo fim do conflito recai sobre a liderança das Forças Armadas do Sudão (SAF, na sigla em inglês) e das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), bem como sobre aqueles que apoiam estas entidades.

A UE definiu ainda um conjunto de exigências para todas as partes envolvidas no conflito, incluindo negociações de cessar-fogo, garantia de um acesso humanitário rápido, desimpedido e sustentável e protecção dos civis em todo o Sudão, transitar para uma governação civil e restabelecer o Estado de direito.

O país vive em guerra desde Abril de 2023, com um conflito entre as RSF e as SAF, bem como as respectivas milícias afiliadas, com a população mergulhada na pior crise humanitária do século XXI.

Segundo dados da ONU, quase 13 milhões de pessoas fugiram das suas casas até agora, com quase quatro milhões cruzando para os países vizinhos Egipto, Sudão do Sul, Tchade, Líbia, Etiópia, República Centro-Africana e mais além, para o Uganda.