Polícia da Nigéria dispara gás lacrimogéneo e prende manifestantes

Abuja — Manifestações pela libertação de um líder separatista na capital da Nigéria se tornaram violentas na segunda-feira, quando a polícia disparou gás lacrimogéneo e prendeu dezenas de manifestantes.

Um jornalista da agência de notícias francesa Agence France-Presse, ou AFP, também esteve preso mas foi libertado logo depois, de acordo com a Associated Press.

Testemunhas e jornalistas também relataram ter ouvido tiros em meio a confrontos entre manifestantes e forças de segurança na capital, Abuja.

Dezenas de manifestantes espalhados por diferentes partes da cidade pediam às autoridades que libertassem Nnamdi Kanu , líder do grupo separatista Povo Indígena de Biafra, que busca a independência da região sudeste da Nigéria.

Na parte central de Abuja e ao longo das principais estradas, a polícia usou gás lacrimogéneo, canhões de água e barreiras eléctricas para dispersar os protestos, de acordo com testemunhas e vídeos do local.

Os protestos e o envio de forças de segurança ao longo das principais estradas interromperam o trânsito e deixaram alguns passageiros presos.

O caso de Kanu tem sido um grande ponto crítico nas agitações secessionistas no sudeste da Nigéria, onde o grupo étnico Igbo alega marginalização pelo governo nigeriano.

Kanu, que possui cidadania britânica, tem entrado e saído de detenções desde 2015, quando foi preso pela primeira vez e acusado de terrorismo e traição. Um tribunal nigeriano ordenou recentemente que ele fosse julgado após rejeitar seu pedido de libertação, alegando que o governo nigeriano não tinha provas contra ele.

Aloy Ejimakor, um dos advogados de Kanu, disse no X que ele está entre os presos.

O repórter da AFP foi libertado após sua prisão, informou seu gabinete em Abuja, mas seu equipamento foi destruído durante a briga. “Não havia manifestantes no local onde ele foi preso”, disse a AFP.