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Egipto saúda votação da ONU que prorroga mandato da UNRWA até 2029

Egipto saúda votação da ONU que prorroga mandato da UNRWA até 2029
Egipto saúda votação da ONU que prorroga mandato da UNRWA até 2029 Imagens: DR

Redacção

Publicado às 20h20 06/12/2025

Cairo - O Egipto saudou este sábado a votação da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) que renovou o mandato da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) por mais três anos, informou o site Ahram online.

O mandato actual da agência expira em Junho de 2026. A prorrogação recém-aprovada – adoptada sexta-feira com 151 votos a favor, 10 contra e 14 abstenções - manterá a UNRWA em operação até Junho de 2029.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Egipto afirmou que o apoio esmagador "reflecte um forte compromisso internacional com os direitos e a dignidade dos refugiados palestinos" até que uma solução justa e duradoura seja alcançada.

O Egipto reafirmou o seu total apoio à UNRWA e ao seu papel humanitário fundamental, enfatizando que a agência continua a ser indispensável como principal provedora de serviços básicos para milhões de refugiados palestinos em toda a região.

Acrescentou que a presença da UNRWA está intrinsecamente ligada à essência da questão dos refugiados e à responsabilidade da comunidade internacional de trabalhar por uma solução permanente, em consonância com as resoluções pertinentes da ONU.

O Egipto instou os países a aproveitarem o impulso da votação e a intensificarem os esforços para garantir o financiamento sustentável da agência, afirmando que isso é essencial para proteger os direitos dos refugiados e promover as perspectivas de uma paz justa e abrangente.

Fundada em 1949, a UNRWA atende aproximadamente seis milhões de refugiados palestinos registados na Jordânia, Líbano, Síria, Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza.

A procura pelos seus serviços aumentou drasticamente durante os dois anos de guerra genocida de Israel contra Gaza, com quase toda a população da Faixa - cerca de dois milhões de pessoas - dependendo da agência para alimentação, abrigo e cuidados médicos.

A UNRWA fornece educação, saúde, assistência e serviços sociais, apoio à infra-estrutura dos campos de refugiados e ajuda emergencial.
No entanto, a agência enfrenta uma grave crise de financiamento desde que Israel alegou que vários funcionários da UNRWA participaram dos ataques de 7 de Outubro, uma alegação que já foi rejeitada por falta de provas.
Grandes doadores, incluindo os Estados Unidos, o maior financiador da agência, suspenderam ou interromperam as contribuições, prejudicando as suas finanças e ameaçando as operações em toda a região.

No final de 2024, o Knesset israelita aprovou uma legislação que retirou o reconhecimento da UNRWA e a proibiu de operar na Cisjordânia e em Gaza.

As autoridades israelitas também suspenderam a renovação de vistos para a equipa internacional da agência, o que prejudicou seriamente a supervisão das operações em Gaza.

Israel restringiu ainda mais a capacidade da UNRWA de levar alimentos e outros suprimentos essenciais directamente para Gaza, forçando a agência a depender de outros parceiros da ONU para suprir a demanda. No entanto, a equipa palestina local continua sendo a principal distribuidora no terreno.

O Egipto descreveu repetidamente o trabalho da UNRWA como “indispensável e insubstituível”, especialmente em meio ao agravamento da crise humanitária em Gaza.

 

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