Receita de minerais não-diamantíferos na Namíbia atingem 170 milhões de dólares
Windhoek - A Câmara de Minas da Namíbia informou que a receita do país proveniente dos diamantes foi superada pela receita de outros minerais pela primeira vez, com os preços-recorde do ouro e a maior produção de urânio ajudando a compensar o impacto dos preços baixos das gemas.
Segundo noticiou a Reuters, nesta quarta-feira, 17 de Dezembro, a receita dos diamantes tradicionalmente impulsionava os cofres do Estado da Namíbia, representando cerca de 30% das receitas de exportação. Mas a indústria diamantífera enfrenta uma queda nos preços desde meados de 2022, em grande parte devido à crescente popularidade das gemas cultivadas em laboratório.
A receita tributária proveniente dos diamantes nos seis meses até Setembro caiu 79% em relação ao ano anterior, após uma queda de 49% no ano fiscal anterior, de acordo com o colector de impostos do país.
“Como resultado, as receitas de minerais não diamantíferos ultrapassaram as receitas de diamantes pela primeira vez, reforçando uma mudança estrutural em direcção a uma base de receitas de mineração mais diversificada e resiliente”, afirmou a Câmara de Minas da Namíbia no seu relatório de Outubro, publicado na terça-feira (16).
A receita tributária proveniente de outros minerais, principalmente urânio e ouro, aumentou para 171,09 milhões de dólares no último ano fiscal, quase o dobro da estimativa orçamental original. Espera-se que aumente ainda mais para 210 milhões de dólares no actual ano fiscal.
As receitas de royalties não relacionadas com diamantes também superaram as expectativas, aumentando de 44,5 milhões de dólares orçamentados para 61,3 milhões de dólares no último ano fiscal e mantendo essa tendência no ano corrente.
As duas minas de ouro da Namíbia, Navachab e B2Gold Otjikoto Mine, beneficiaram da subida do custo do ouro, que fez com que os preços spot atingissem 4380 dólares por onça em Outubro, um aumento de cerca de 60% em relação ao ano anterior.
A produção de urânio, utilizado em tecnologias nucleares, aumentou 22% em relação ao ano anterior nos primeiros dez meses de 2025. A Namíbia é o terceiro maior produtor mundial de urânio, atrás do Cazaquistão e do Canadá.