TECNOLOGIA
África aproveita tecnologia para transformação agrícola
02/12/2025 20h37
Luanda - A vice-presidente da Comissão da União Africana, Selma Malika Haddadi, considerou a Conferência Inaugural da União Africana sobre Agricultura Digital, um evento histórico que reflecte a determinação de África em aproveitar a tecnologia para a transformação agrícola e o desenvolvimento sustentável.
Segundo o site da UA, a argelina fez estas declarações, segunda-feira, na abertura do evento, na sede da UA, em Adis Abeba (Etiópia), sob o tema “Moldando a Política Agrícola para o Futuro da África: Inovações Digitais, Práticas Inteligentes em Relação ao Clima para a Transformação do Sistema Agroalimentar”.
A seu ver, o tema da conferência, a decorrer de 1 a 3 de Dezembro, lembra que a política é a base, a inovação é o motor e as ferramentas digitais são os aceleradores para a construção de sistemas alimentares resilientes, inclusivos e sustentáveis em toda a África.
“A agricultura é a força vital do nosso continente. Sustenta mais de 60% da nossa população, contribui significativamente para as economias nacionais e continua sendo fundamental para a agenda de desenvolvimento da África”, argumentou a vice-presidente da Comissão da União Africana.
Acrescentou que, no entanto, apesar de sua importância, a agricultura enfrenta desafios persistentes, como as mudanças climáticas e a degradação ambiental que afectam a produção agrícola, o acesso limitado a financiamento, mercados e in sumos, especialmente para jovens e mulheres.
Ao considerar que a agricultura digital oferece um caminho transformador, notou que não é mais uma opção, mas sim uma necessidade para a sobrevivência e prosperidade da África. “Por meio da inovação, podemos desbloquear a produtividade, fortalecer a resiliência e criar oportunidades inclusivas para agricultores, mulheres e jovens”.
Assegurou que a União Africana colocou a digitalização no centro de sua agenda de desenvolvimento e que a Estratégia de Transformação Digital para África (2020-2030) fornece uma estrutura continental para Construir economias digitais inclusivas; expandir a conectividade e a infra-estrutura digital; Promover a governança de dados e a segurança cibernética; fomentar ecossistemas de inovação em todos os sectores.
Selma Malika Haddadi disse que os esforços da UA também estão ancorados na Estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação para a África (STISA-2024), que posiciona a CTI como um motor para a transformação socioeconómica.
No âmbito da STISA, a agricultura é uma área prioritária fundamental, com ênfase em Agricultura de precisão utilizando dados de satélite e sensores; Tecnologias climáticas inteligentes para adaptação e mitigação; Plataformas digitais para serviços de extensão rural e inclusão financeira.
“Conclamamos os governos africanos, parceiros de desenvolvimento, actores do sector privado e instituições de pesquisa a unirem forças, para que a África não apenas adopte a agricultura digital, mas também lidere a construção do seu futuro”, assinalou.