CONFLITO

Botswana investiga jovens aliciados para lutar na Ucrânia

Botswana investiga jovens aliciados para lutar na Ucrânia com promessas de pagamento rápido Imagem: DR

16/12/2025 19h40

Gaborone - O Governo do Botswana está a investigar dois jovens supostamente recrutados para lutar na Ucrânia, enquanto mais africanos são atraídos por promessas enganosas de treinamento militar e pagamento rápido, informou o Africanews.

As autoridades de Gaborone informaram ter aberto uma investigação sobre o caso de dois homens, de 19 e 20 anos, que teriam sido enganados para se juntarem à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Segundo o Ministério das Relações Internacionais, os dois acreditavam estar a se inscrever para um treinamento militar de curta duração na Rússia.

As autoridades estão a trabalhar com diplomatas e polícias para confirmar o ocorrido e trazer os dois de volta para casa.

O ministério está a alertar os jovens para que fiquem atentos ao que chama de "esquemas de recrutamento internacional duvidosos e perigosos" e para que consultem embaixadas ou consulados antes de aceitar qualquer oferta que pareça boa demais para ser verdade.

A ONU também está a instar os governos africanos a permanecerem vigilantes e a emitirem alertas claros para evitar mais casos.

Casos semelhantes estão a ser relatados em todo o continente, destacando os riscos para os jovens africanos.

Na região mais ampla, um nigeriano, Kehinde Oluwagbemileke, que havia se juntado ao exército russo, foi capturado pela Legião "Liberdade para a Rússia", anti-Kremlin, durante combates na região de Zaporíjia, na Ucrânia, em Julho.

Autoridades ucranianas afirmam que o mesmo havia estudado em Moscovo antes de ser aliciado com promessas de dinheiro fácil e segurança, mas foi enviado, mal preparado, para o que descrevem como um "ataque suicida" na linha da frente.

Anteriormente, um cidadão senegalês, Malick Diop, foi capturado na frente de Toretsk, na região de Donetsk, em condições semelhantes.

Esses incidentes apontam para um número crescente de jovens africanos em ambos os lados do conflito, muitos atraídos por desinformação e falsas promessas.

A Legião "Liberdade para a Rússia", composta por combatentes russos opositores ao Kremlin, insta regularmente soldados estrangeiros a deporem as armas ou mudarem de lado, acusando Moscovo de demonstrar pouco apreço pela vida das suas próprias tropas.

 

Mais lidas


Últimas notícias