FOME
Embaixadora angolana diz que continente africano enfrenta crise de insegurança alimentar aguda
17/12/2025 13h19
Roma - Pelo menos mais de 700 milhões de pessoas em África enfrentaram uma fome crónica em 2024 e a insegurança alimentar aguda está a aumentar para 295 milhões entre a população do continente africano, reafirmou em Roma, a embaixadora de Angola na Itália, Josefa Correia Sacko.
A informação foi avançada quando intervinha no encontro sobre o panorama actual da segurança alimentar global , presidido por Jean-Martin Bauer, director do serviço de analise do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.
Acrescentou que esta crise não está distribuída de forma igualitária, e a sua gravidade é sentida mais profundamente em todas nações africanas , tendo estas estatísticas representam uma ameaça crítica à estabilidade e ao desenvolvimento.
“Devemos sublinhar que mais de 20% da população africana continua a lutar contra a fome e dois terços não têm condições financeiras para uma alimentação saudável, ultrapassando em muito a média global”, assegurou.
A também representante permanente de Angola junto das Agências das Nações Unidas em Roma, afirmou que a situação é agravada pelos conflitos, intensificação dos extremos climáticos e choques económicos devastadores que corroem o poder de compra através dos preços elevados dos alimentos e fertilizantes.
“Com esta andar da situação que o continente enfrenta fruto dos factores endógenos e exógenos, estamos tragicamente fora do caminho para cumprir o objetivo de desenvolvimento sustentável de 2030 de acabar com a fome”, frisou Josefa Sacko.
De acordo com a diplomata, seria ideal para se abordar esta questão de forma eficaz e oferecer uma solução tangível e positiva, numa ação coordenada centrada na resiliência de todo o sistema, com um estudo profundo com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que refletem os indicadores e variantes das causas produndas que o continente possa sair desta crise constante.
Salientou que a solução requer medidas fiscais imediatas e direcionadas, juntamente com a implementação em maior escala de programas de proteção social, particularmente transferências de renda e merenda escolar, para proteger imediatamente as famílias mais vulneráveis, fundamentalmente, isso deve ser acompanhado de investimentos significativos e sustentados em sistemas agroalimentares resilientes - sistemas que possam resistir tanto à variabilidade climática quanto aos choques económicos.