Morreu escritor Mario Vargas Llosa, vencedor do Prémio Nobel de Literatura

Luanda - O escritor Mario Vargas Llosa morreu, este domingo, em Lima (Peru), aos 89 anos de idade, informaram os seus filhos num comunicado.

Mario Vargas Llosa, vencedor do prémio Nobel de Literatura em 2010, foi autor de pelo menos 21 obras, e era considerado o último gigante da geração dourada da literatura latino-americana.

Natural do Peru, escreveu obras marcantes da literatura latino-americana, como "A Festa do Bode", "Conversa no Catedral" e "A Guerra do Fim do Mundo".

A "sua partida entristecerá seus parentes, amigos e leitores, mas esperamos que encontrem consolo, como nós, no facto de que ele teve uma vida longa, múltipla e frutífera, e deixa para trás uma obra que o sobreviverá", disseram no comunicado os seus filhos Álvaro, Gonzalo e Morgana.

"Agiremos nas próximas horas e dias de acordo com as suas instruções. Não haverá nenhuma cerimônia pública. Nossa mãe, nossos filhos e nós mesmos esperamos ter o espaço e a privacidade para nos despedirmos em família e na companhia de amigos próximos. Seus restos mortais, como era sua vontade, serão cremados", adiantaram no seu comunicado os filhos do falecido.

Ao vencer o prémio Nobel de Literatura, em 2010, a Academia sueca justificou a premiação por sua "cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual".

Escritor universal, a partir da complexa realidade peruana, Vargas Llosa fez parte do chamado "boom" latino-americano juntamente com outros grandes nomes, como o colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e os mexicanos Carlos Fuentes e Juan Rulfo.

Iniciou a sua carreira de escritor, em 1959, com a obra "Os Chefes", colectânea de contos que retrata conflitos juvenis, autoritarismo e tensões sociais no Peru, e escreveu o último livro, em 2020, com o título "Tempos Ásperos", que narra o golpe na Guatemala nos anos 50 do século passado, expondo conspirações da Guerra Fria, cujos ecos ainda ressoam na América Latina.

Ao longo da sua vida escreveu "A Cidade e Os Cachorros", "A Casa Verde", "Os Filhotes", "Conversa na Catedral", "Pantaleão e as visitadoras", "Tia Júlia e o escrevinhador", "A Guerra do Fim do Mundo", "História de Mayta", "Quem matou Palomino Molero?", "O falador", "Elogio da Madrasta", "Lituma nos Andes", "Os cadernos de Dom Rigoberto", "O paraíso na outra esquina", "Travessuras da menina má", "O sonho do celta", "O Herói discreto" e "Cinco esquinas".