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Jogos tradicionais ancestrais do Sul de Angola apresentados na Huíla

Jogos tradicionais ancestrais do Sul de Angola apresentados na Huíla
Jogos tradicionais ancestrais do Sul de Angola apresentados na Huíla Imagens: DR

Redacção

Publicado às 09h10 07/06/2025

Lubango – Dezanove jogos tradicionais ancestrais dos povos da Huíla, de Benguela, do Cunene e do Namibe foram expostos na sexta-feira, no Lubango, por alunos das escolas dessas províncias, no quadro do projecto Cultura, Educação e Desportos (CED).

Trata-se de jogos já reconhecidos como património cultural e imaterial de Angola, através do Decreto Executivo 381/25, de 10 de Abril, num projecto que centra a sua atenção na recolha e catalogação de jogos tradicionais, como forma de mostrar preservar a diversidade dos costumes das comunidades.

O CED do Sul é co-financiado pela Fundação BAI, Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) e a Associação - Instituto Piaget de Angola (AIPA), num total de 25 milhões de kwanzas para as quatro províncias.

Foram apresentados os jogos Kena, Okanfuwadokó, Aikutu, Oghunshe (Cunene), Kambangula, Ecó, Otchipute e Humkiri (Benguela), Onomgombe Búlua, Ombala Yovifó, Okanho, Ocatenda Cangue, Owelawocomaco e Ekwaila Liamuhómbua Hombuá (Huíla), Hocuyacula, Hatchátchátchá, Onongombe Hipi, Yalupolo Nkaluwiya e Omundende (Namibe).

Os jogos desenvolvem diversas habilidades, como a força física, resistência cardiovascular, coordenação motora e reflexos rápidos, concentração e imaginação, equilíbrio, agilidade e flexibilidade e memória visual.

Ao falar do assunto, a coordenadora-geral do projecto CED do Sul, Ana Perez, destacou que o trabalho foi feito com os governos provinciais e prossegue nas comunidades afro-descendente na América Latina, contando para isso com embaixada da Venezuela, para tornar num projecto transfronteiriço.

Disse que o projecto contou com uma equipa de sete pessoas no terreno entre os quais psicólogos, gestor, biólogo, socio-antropóloga, turismo, fotógrafo, cineasta e nas dificuldades, destacou a via de acesso às comunidades remotas.

Foi um projecto executado em um ano, que primeiro recolheu os jogos, sistematizou-os, fez a matriz e documentários, posteriormente formou 400 professores, na razão de cem de cada província.

Ressaltou que as futuras gerações devem perceber que um país só se forma com pessoas instruídas, mas constrói-se com a preservação da sua cultura.
Já o administrador do Lubango, Lisender André, ressaltou que o CED do Sul transmite a necessidade de preservação da cultura, assim como de olhar para um conjunto de práticas desportivas, culturais que a nível das regiões se vão transmitindo de região para região.

“Nada melhor do que preservar a nossa cultura e incutir nas nossas crianças a necessidade contínua de praticar esses jogos que representam bem a realidade de cada uma das províncias e apresentam essencialmente a força do nosso povo”, manifestou.

O CED que prevê cobrir todas as províncias do país, tem como missão resgatar jogos e desportos tradicionais das culturas dos povos de Angola, promovendo a sua preservação enquanto património histórico e massificação de práticas desportivas autóctones.

A iniciativa assume-se como um incentivo na melhoria da qualidade de vida das pessoas através da prática de desportos e jogos tradicionais, promovendo espaços de partilha inclusiva e saberes de "todos e para todos", promovendo valores de igualdade de oportunidades e de género, para o desenvolvimento sócio cultural sustentável do país.

Participaram da exposição, dentre outras individualidades, a embaixadora da República Bolivariana da Venezuela, Belén Orsini, a vice-governadora da Huíla, Maria João Chipalavela, directora Nacional dos Desportos, Águeda Gomes, a Fundação BAI, a UNESCO, bem como reitores e presidentes de instituições de ensino superior.

 

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