Cultura

Cultura


PUBLICIDADE

Escritor José Eduardo Agualusa conquista prémio "Manuel de Boaventura"

Escritor José Agualusa
Escritor José Agualusa Imagens: DR

Redacção

Publicado às 11h14 15/07/2025 - Actualizado às 11h15 15/07/2025

Luanda - O escritor angolano José Eduardo Agualusa venceu o prémio literário “Manuel de Boaventura 2025”, da cidade portuguesa de Esposende, segundo informação divulgada pela organização, na semana finda.

Segundo a informação, o júri decidiu, por unanimidade, atribuir o prémio ao romance “Mestre dos Batuques”, do escritor angolano, fazendo notar que "se trata de uma obra de evidente maturidade literária, na qual sobressai um apuradíssimo virtuosismo expressivo e estilístico, ao serviço de um imaginário original".

O júri reconhece ser o romance "suficientemente instigante para problematizar questões fundamentais, especialmente as relações da história com a ficção, sob pano de fundo do processo não apenas colonial português”, destacando “a riqueza intertextual do romance, reveladora da sua invulgar densidade literária”.

José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, a 13 de Dezembro de 1960, tendo estudado agronomia e silvicultura.

Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil.

Os seus romances têm sido distinguidos por alguns prestigiados prémios nacionais e internacionais, como  o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído à “Nação Crioula”, 1998), o Grande Prémio de Conto da APE e o Grande Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian.

“O Vendedor de Passados” ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance “Teoria Geral do Esquecimento” foi finalista do Man Booker International, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.

Integram o júri do prémio literário “Manuel de Boaventura 2025”, Sérgio Guimarães de Sousa, da Universidade do Minho, na qualidade de presidente, Fernando Alexandre Pereira Lopes, do Instituto Politécnico de Viseu, como vogal, e Maria Luísa Leite, coordenadora da Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, como vogal e representante do município de Esposende.

O júri expressou satisfação pelo número elevado de obras a concurso (201), provenientes de vários países de língua oficial portuguesa, o que atesta o interesse e o prestígio do prémio, instituído pela Câmara Municipal de Esposende, com o intuito de homenagear e divulgar o escritor e homem de cultura da localidade, Manuel de Boaventura.

De periodicidade bienal e com o valor pecuniário de sete mil e 500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de romances ou de contos da autoria de escritores de língua portuguesa.

Na primeira edição, em 2017, venceu o prémio Ana Margarida de Carvalho, com a obra “Não se pode morar nos olhos de um gato”, em 2019, foi Filipa Martins, com o livro “Na Memória dos Rouxinóis”, em 2021, Mia Couto com “O Mapeador de Ausências”, e, em 2023, partilharam o mesmo Giovana Madalosso e Rui Couceiro.

A entrega do prémio a José Eduardo Agualusa vai ocorrer em data a anunciar.

Por intermédio da promoção deste prémio literário, o município presta tributo a um dos seus autores e promove a cultura e a literatura locais, em conformidade com as metas dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU, que o município converteu para o seu plano de acção.

PUBLICIDADE