Luanda - O grupo musical “Os Kiezos” celebrou, no último domingo, 60 anos de existência, com um espectáculo realizado no espaço Prova d’Art Miramar, em Luanda.

O concerto, segundo o JA online, foi assistido por distintas figuras da música, dança e política. Os Kiezos têm o cordão umbilical no bairro Marçal, município do Rangel, onde se formaram e se destacaram como uma turma que acompanhava os grupos carnavalescos.

Na época dos anos 1960, não era um grupo convencional, apenas tocavam e faziam tertúlias musicais à noite para agradar ao público que os assistia. Anos depois, introduziram, na música popular urbana, a guitarra e a semba, estilo de música dos grupos carnavalescos.

A banda já está a caminho da quinta geração que hoje é formada pelos músicos Zé Manico (vocalista), Realtino (vocalista), Brando (viola baixo), Sabino(baterista), Gegé Faria (contra solo) e Reginaldo Bass (viola baixo). Desde a sua fundação até hoje, Os Kiezos nunca deixaram de cantar, mesmo com vicissitudes, problemas e desaparecimento físico de Juventino, Marito, Adolfo Coelho, Vate Costa e Zeca Tirelene.

O show teve início às 16h00 e terminou às 20h00, com a actuação do músico Calabeto, o segundo convidado do evento. Prado Paim, o primeiro a subir ao palco, começou a sua actuação com algumas músicas dos Kiezos, tendo recordado que guarda boas memórias da banda dos anos 60, época em que se tornou uma marca.

O músico Prado Paim considerou os Kiezos uma referência da semba e ninguém pode apagar isso. Apelou a nova geraçõeo para não desvirtualizarem o estilo, pois a essência da semba tem a sua própria cadência.

Em declarações ao Jornal de Angola, disse ser uma honra estar vivo e testemunhar a continuidade dos Kiezos, uma banda que viu nascer e crescer.

Prado Paim foi Disco de Ouro em 1974, sendo o primeiro músico na história da música angolana a vender 15 mil e 500 discos em 30 dias, no período antes da Independência Nacional. Vendia os discos a partir de Portugal onde realizou vários shows.