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Escritora defende tradução dos livros infanto-juvenis para as línguas nacionais

Escritora Cremilda de Lima  - DR
Escritora Cremilda de Lima Imagem: DR

03/07/2025 13h50

Luanda - A escritora Cremilda de Lima defendeu, quarta-feira, em Luanda, que a tradução de livros infanto-juvenis para as línguas nacionais é crucial para promover a identidade cultural, o desenvolvimento cognitivo e o amor pela leitura nas crianças.

 Segundo o JA Online, Cremilda de Lima fez esse pronunciamento durante o colóquio cultural sobre “A Literatura Angolana: Desafios no Presente e Futuro”, organizado pela Fundação BAI, em parceria com os Ministérios da Educação e da Cultura.

A escritora, que abordou o tema no painel “A literatura infantil na construção da identidade”, disse que ao terem acesso a histórias em línguas maternas, as crianças podem conectar-se profundamente com a cultura e a literatura angolana, fortalecendo a sua identidade e auto-estima.

Por seu lado, o escritor John Bella, que dissertou no painel “O contributo da literatura infantil no desenvolvimento socioemocional e cognitivo da criança”, sublinhou que a literatura tem grande importância para o desenvolvimento cognitivo infantil, porque é a partir dela que a criança cria a sua identidade e personalidade.

“Os escritores e os editores de livros infanto-juvenis devem fazer um trabalho árduo, expandir o suficiente vários livros em bibliotecas, escolas e livrarias, a fim de promover o hábito de leitura”, afirmou.

O escritor explicou, ainda, que a literatura infantil esteve no ápice nos anos 80, na altura em que apareceram os primeiros escritores para crianças, com uma produção bastante elevada, época em que os livros chegavam em quase todas as províncias.

A escritora Yola Castro lamentou as inúmeras burocracias para publicação de um livro infantil, acrescentando que actualmente não há sensibilidade para a produção literária infantil.

O Ministério da Educação e os parceiros, realçou, devem investir na literatura infanto-juvenil, “se pretendem ter pessoas com um desenvolvimento intelectual capaz”.

Porém, acrescentou, actualmente muitas crianças lêem mal e não conseguem interpretar os próprios textos das provas, porque não aprenderam desde a base. “A falta de literatura infanto-juvenil é uma condicional na construção da identidade”, frisou Yola Castro.

A administradora da Fundação BAI, Tchissola Mosquito, disse que o objectivo da instituição que representa é debater o tema com a ajuda dos profissionais da área e levar soluções à sociedade. “Creio que todos juntos conseguiremos chegar a uma conclusão e influenciar a sociedade”, referiu.



 

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