Luanda – A Academia Angolana de Letras debateu, na semana finda, o papel da sociologia e das artes na transformação social, no quadro do seu ciclo de conferências para o mês de Agosto.

O debate, que decorreu sob o lema “Entre a sociologia e as artes, uma proposta de madrugada”, foi orientado pelo sociólogo e escritor moçambicano Filimone Meigos, que sublinhou que Angola e Moçambique são irmãos siameses, cada um com a sua cabeça e os seus pés, mas com o mesmo coração.

Igualmente secretário-geral da Associação dos Escritores Moçambicanos, Filimone Meigos realçou a proximidade histórica e cultural de ambos os povos e propôs uma abordagem simbólica ao acto de criação intelectual, defendendo a madrugada como o ponto de encontro entre a razão e a sensibilidade.

“Enquanto a ciência é diurna e as artes são mais nocturnas, sugiro uma terceira via, a madrugada, quando podemos ver o alaranjado e as várias cores da paleta do dia”, explicou.

Sustentou que a sociologia busca compreender os fenómenos sociais, enquanto a arte expressa aquilo que não cabe apenas na filosofia ou na ciência, sendo ambas formas complementares de interpretar a realidade.

Moderada pelo escritor David Capelenguela, o debate contou com a participação de académicos de Angola, Moçambique, Brasil, Portugal e Bélgica.

O próximo debate, inserido na série “Conversas da Academia à Quinta-feira”, realiza-se a 14 do corrente mês, abordando o tema "Crítica literária: rumos e contextos".