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Danças ancestrais são preservadas no Dirico como símbolo de identidade cultural

Danças ancestrais
Danças ancestrais Imagens: Edições Novembro

Redacção

Publicado às 13h00 15/08/2025 - Actualizado às 13h00 15/08/2025

Luanda - A preservação das danças tradicionais tem sido uma das principais estratégias para manter viva a identidade cultural e reforçar o sentido de pertença das comunidades do município do Dirico, província do Cuando, informou, quinta-feira, ao Jornal de Angola, a administradora municipal.

 Ruth Alfredo Tenente, que participou na V Edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola, encerrada segunda-feira, em Benguela, explicou que o município aposta na valorização da expressão artística local.

A mahamba, disse, tem sido o cartão-postal, por ser um estilo de dança tradicional de cura, práticas que, no passado, tinham um papel sagrado na vida comunitária. “Essas manifestações eram realizadas para motivar o curandeiro durante rituais de adivinha e tratamento espiritual. Um momento de transmissão de saberes ancestrais”, frisou.

Actualmente, embora a componente ritualística já não esteja presente, as apresentações mantêm-se como demonstrações simbólicas, permitindo que a sociedade moderna conheça a história, os valores e a forma como viviam os antepassados.

A administradora municipal indicou outros tipos de dança como kambembe, shikavedi shipero, shiwingi, rengo, bori e shambandonga.

Ruth Alfredo Tenente ressaltou que o Dirico conta com mais de nove grupos culturais activos, sendo o grupo ECA o mais representativo e influente, complementando que o nome do grupo homenageia o terceiro rei do município, já falecido, mas cuja memória se mantém viva através da música e dança.

A responsável avançou que, em cada exibição, os bailarinos utilizam trajes ornamentados com missangas, elemento central da identidade cultural local, e interpretam cânticos que exaltam as potencialidades do município, a importância da agricultura, a utilização de ervas medicinais e as histórias de figuras marcantes que deixaram um legado à comunidade.

Lembrou que estas tradições não são apenas um acto cultural, mas também um instrumento de coesão social, que visa fortalecer o orgulho da população e aproximação de gerações.

Graças à autenticidade e qualidade das apresentações, afirmou, o município do Dirico conquistou o prémio de Melhor Município na categoria de Cultura, distinção alcançada, sobretudo, pela actuação da comunidade Khoisan na V edição da Feira dos Municípios e Cidades de Angola, que, pela primeira vez, se apresentou publicamente e encantou os espectadores com a sua performance genuína.

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