Obras de Uanhenga Xitu reeditadas pela editora Mayamba

Luanda - A Mayamba Editora procedeu, na sexta-feira, em Luanda, ao lançamento, venda e sessão de autógrafos de sete obras reeditadas do escritor Uanhenga Xitu.

Uanhenga Xitu é o pseudónimo literário de Agostinho André Mendes de Carvalho, nascido a 29 de Agosto de 1924, na província do Icolo e Bengo, e falecido no dia 13 de Fevereiro de 2014. Foi um dos membros fundadores da União dos Escritores Angolanos (UEA).

O lançamento inserido na colecção "Biblioteca de Uanhenga Xitu", decorreu na UEA e serviu para homenagear e celebrar os 101 anos de nascimento do também nacionalista.

A colecção é composta pelas obras “Muno - Os sobreviventes da Máquina Colonial Depõem”, “Manana”, “Mestre Tamoda e Outros Contos”, “Maka na Sanzala”, “Cultos Especiais” e “O Ministro”.

Fazem parte igualmente os estudos “O Ministro – Crítica, Autocrítica, Lutas de Poder e a Crise Económico-Financeira dos anos 70 e 80”, do professor e crítico literário Manuel Muanza, “Puema e Prosa Sem Fronteiras”, que reúne os ensaios de Manuel Muanza, Abreu Paxe, António Quino e Joaquim Martinho, e a colectânea “As Mais Belas Narrativas de Uanhenga Xitu”.

O momento serviu ainda para recordar esta grande voz da literatura africana, através dos depoimentos de familiares e contemporâneos.

Na ocasião, o responsável da editora, Arlindo Isabel, disse terem sido ousados em republicar essa colectânea.

Salientou ser uma reedição da vasta produção intelectual de Uanhenga Xitu, por serem obras que capturam e perduram no tempo.

"Se lermos com cuidado e atenção, há muitas lições que vamos apreender e que nos ajudam a melhorar a nossa visão sobre o país", reforçou.
Explicou que escolheram as obras de Uanhenga Xitu, por este ser um dos pilares da literatura nacional e da identidade nacional angolana.

Uanhenga Xitu foi autor, entre outras, das obras “O Meu Discurso”, “Mestre Tamoda”, “Bola com Feitiço”, “Manana”, “Vozes na Sanzala (Kahitu)”, “Os Sobreviventes da Máquina Colonial Depõem”, “Os Discursos do Mestre Tamoda”, “O Ministro” e “Cultos Especiais”.

Em 2006, recebeu a distinção do Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de Literatura, pela qualidade do conjunto da sua obra literária.

Enfermeiro de profissão, Uanhenga Xitu exerceu clandestinamente actividades políticas, visando a independência de Angola, tendo sido preso pela polícia colonial “PIDE” durante a luta.

Na prisão, começou a escrever as suas histórias. Em liberdade, manteve a sua actividade política e, depois de alcançada a independência de Angola, exerceu as funções de ministro da Saúde, comissário provincial de Luanda e embaixador da República Popular de Angola na Alemanha. Foi deputado à Assembleia Nacional pela bancada parlamentar do MPLA.