Luanda - O embaixador de Angola em Cabo-Verde, Agostinho Tavares, destacou, na cidade da Praia (Cabo Verde), que a apresentação do terceiro e último volume da colectânea “OS Bantu na Visão de Mafrano - Quase Memórias”, revela o profundo significado da ancestralidade angolana.

Segundo Agostinho Tavares, a obra, da autoria do etnólogo angolano Maurício Francisco Caetano "Mafrano", “contém um manancial de conhecimentos dos nossos antepassados, em três volumes e 800 páginas, com muita utilidade prática, no futuro”.

No seu discurso na cerimónia de lançamento, realizada no contexto dos 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Agostinho Tavares usou o termo “Morabeza”, usado unicamente na língua crioula cabo-verdiana, para explicar o sentido que Mafrano procurou dar aos “Bantu”, significando “nossa gente”, em Angola.

“Constitui motivo de grande satisfação, ter em mãos uma obra como esta, cuja importância e dimensão se renova a cada leitura e a cada um dos seus ricos volumes”, enfatizou o diplomata angolano.

Durante a cerimónia, o embaixador de São Tomé e Príncipe em Cabo Verde, Aurélio Martins, lembrou que era oriundo do seu país o sacerdote católico que educou Mafrano, órfão, desde os seus cinco anos, na sua terra natal, a cidade do Dondo (província do Cuanza Norte), em Angola.

Para o embaixador Aurélio Martins, “o sacerdote José Frotta foi formado em Angola, mas também contribuiu para a formação de mentes brilhantes, de entre as quais se destacam o autor desta trilogia sobre a Antropologia Cultural dos povos Bantu”.

Por seu lado, historiadora Antonieta Lopes apresentou um largo panorama do terceiro volume da colectânea de Mafrano, tendo exortado os dois filhos do escritor presentes na cerimónia a escreverem a biografia do pai.

Com efeito, assistiram a cerimónia, que se realizou na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, os dois filhos, nomeadamente o jornalista e escritor José Caetano “Tazuary Nkeita” e a jurista e comunicadora Cristina Caetano.

No decurso da cerimónia, foi homenageado o antigo embaixador e escritor cabo-verdiano Eugénio Inocêncio, que faleceu, por doença, em Setembro de 2024, aos 74 anos.

Eugénio Inocêncio foi o co-apresentador do segundo volume, em Dezembro de 2023, juntamente com Antonieta Lopes, tendo a homenagem ocorrido na presença de um dos filhos, Luís Inocêncio.

Soube-se, igualmente, que a família de Mafrano recebeu da Presidência de São Tomé e Príncipe uma mensagem de agradecimento pela oferta do terceiro volume, por ocasião da cerimónia realizada naquele país, a 18 de Setembro último.

Assistiram a cerimónia, na cidade da Praia, membros do corpo diplomático, organizações internacionais, comunidade académica e amantes da literatura, entre outras altas individualidades.