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Escritora Ana Paula Tavares vence prémio Camões 2025

Escritora angolana Ana Paula Tavares, vencedora do Prémio Camões 2025
Escritora angolana Ana Paula Tavares, vencedora do Prémio Camões 2025 Imagens: DR

Redacção

Publicado às 10h35 09/10/2025

Luanda – A escritora angolana Ana Paula Tavares venceu o Prémio Camões de Literatura 2025 pela "sua fecunda e coerente trajectória de criação estética e, em especial, o seu resgate de dignidade da poesia", segundo um comunicado do júri, divulgado esta quarta-feira.

No seu comunicado, o júri sublinha que, “com a dicção do seu lirismo sem concessões evasivas e com os livres compromissos da produção em crónica e em ficção narrativa, a obra de Ana Paula Tavares ganha também relevante dimensão antropológica em perspectiva histórica".

Ana Paula Tavares torna-se a terceira personalidade angolana a vencer o prémio, depois de Artur Pestana “Pepetela”, em 1997, e Luandino Vieira, em 2006.

Recorde-se que Luandino Vieira recusou o galardão, sendo a única recusa desde a existência do prémio, instituído em 1988, pelos governos de Portugal e do Brasil, tendo a primeira edição sido realizada em 1989.

Luandino Vieira recusou o prémio,por "razões pessoais e íntimas", que mais tarde esclareceu, dizendo que não tinha escrito livros há muitos anos e não gostava de dinheiro, pois considerava-se um escritor "morto" para a produção literária.

O Prémio Camões, que atribui ao vencedor 100 mil Euros, visa consagrar um autor de língua portuguesa que, com o conjunto d a sua obra, tenha contribuído para a valorização do património literário e cultural da língua.

Na primeira edição, em 1989, venceu o prémio o escritor português Miguel Torga.

Além do Brasil e Portugal, com 15 e 14 premiados, respectivamente, o prémio Camões foi ainda atribuído a três personalidades literárias de Moçambique, duas de Cabo Verde e três de Angola.

Ana Paula Tavares junta-se a outras oito mulheres distinguidas, nomeadamente as autoras brasileiras Rachel Queiroz (1993), Lygia Fagundes Telles (2005) e Adélia Prado (2024), as portuguesas Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004) e Hélia Correia (2015) e a moçambicana Paulina Chiziane (2021).

Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, a 22 de Junho de 1988, e publicado em Novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente "um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum".

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