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Escritor António Fonseca exalta contribuição do livro na difusão da cultura nacional

Escritor António Fonseca
Escritor António Fonseca Imagens: DR

Redacção

Publicado às 13h10 22/11/2025 - Actualizado às 13h10 22/11/2025

Luanda - O escritor António Fonseca afirmou, quinta-feira, em Luanda, que em Angola o livro “contribuiu para a preservação e difusão da cultura nacional”, tendo destacado a actividade da União dos Escritores Angolanos (UEA) e do Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD) como associações pioneiras nessa direcção.

 Durante a terceira conferência do ciclo do mês de Novembro da série “Conversas da Academia à Quinta-feira”, por ocasião do 50. º aniversário da proclamação da Independência de Angola, segundo o conferencista, o livro é um produto intelectual, que contribui para a reflexão ou entretenimento, um produto com capacidade para influenciar os elementos culturais e com valor comercial.

Sob moderação do escritor David Capelenguela, o conferencista, de acordo com uma nota de imprensa da Academia Angolana de Letras, começou por apresentar a definição tradicional de livro. Deu conta que, segundo a UNESCO, o livro é uma “publicação impressa, não periódica, com, pelo menos, 49 páginas, excluindo a capa e a contracapa, que é editada em determinada localidade”.

De acordo com o antigo secretário-geral da Academia Angolana de Letras, António Fonseca, “a década de 1980 foi o período áureo do livro em Angola”, registando-se a acção editorial da UEA e do INALD, a acção das editoras EDIL e ENDIPU, a grande produção literária e a sua difusão internacional, sobretudo em feiras, bem como a acção dos meios de Comunicação Social, de promoção e difusão da criação literária.

O destaque vai para a Televisão Pública de Angola, a Rádio Nacional de Angola e o Jornal de Angola, com o suplemento “Vida & Cultura” e com a página semanal dedicada à literatura infantil.

Assinala-se ainda a criação da gazeta “Lavra & Oficina” e dos cadernos “Lavra & Oficina”, a realização anual do Jardim do Livro Infantil, as colecções Pió-Pió e Miruí, bem como os vários prémios de literatura (Poesia, Prosa e Literatura Infantil).

A liberalização económica, ocorrida a partir de 1992, ocasionou o declínio da produção livreira em Angola, que se regista até hoje. António Fonseca adiantou que, hoje, o livro é caro e tem pouca circulação, seja pela fraca distribuição, seja pelas poucas livrarias existentes no país.

O também director-geral do Memorial Dr. António Agostinho Neto mencionou, ao terminar, o livro digital, enquanto “nova realidade, tem o seu lugar na prateleira”, bem como a publicação de livros também em línguas nacionais.

Depois de uma grande aposta no kimbundu, mencionou os nomes de Raul David, Cikakata Mbalundu, José Samwila Kakweji e António Fonseca, que apostaram em literatura noutras línguas de Angola. O conferencista António Fonseca dissertou o tema “50 anos do livro em Angola”, na presença de académicos de Angola, Bélgica, Brasil, Moçambique e Portugal.

Na próxima “Conversa da Academia à Quinta-feira”, agendada para o dia 27 de Novembro, às 19h00, sob moderação do escritor António Quino, a crítica literária Ana Maria Martinho vai abordar o tema “Tempo e celebração da oralidade na literatura de Angola”.

A participação via Zoom vai ser livre, saudando o 50.º aniversário da proclamação da Independência Nacional.

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