Petro de Luanda vai recorrer da sentença da FAF


Luanda - A direcção do Petro de Luanda vai recorrer da sentença aplicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Angolana de Futebol (FAF) que suspende o clube de toda actividade por dois anos, por corrupçao, de acordo com o presidente da agremiação, Tómas Faria.
Falando sábado, em conferência de imprensa, em Luanda, na sequência do comunicado do órgão federativo, divulgado sexta-feira, disse que o clube "vai trazer a verdade dos factos sobre as alegadas irregularidades inexistentes".
"Vamos apresentar o recurso ao órgão Jurisdicional da FAF. A suspensão não está relacionada com casos de corrupção e sim com a alegada falta de verdade e com o dever de colaboração”, referiu.
Tomás Faria negou envolvimento em qualquer caso de corrupção, explicando que a instituição por si liderada sempre manteve o dialogo, sem nunca colocar entraves, diferente da alegação do Conselho de Disciplina da FAF, prometendo apresentar provas.
Indicou que "o comunicado dando conta da sentença nunca foi entregue ao clube", sublinhou, acrescentando a sua direcção teve conhecimento do facto pelas redes sociais e por via dos órgãos de comunicação social.
Perplexo, questionou os critérios usados pelo Conselho de Disciplina da FAF para sancionar a equipa de futebol sem que esta fosse antes notificada sobre a existência de um processo.
Reiterou que a colectividade irá seguir os trâmites legais para repor a verdade, o seu bom nome de modo a preservar os seus interesses e do futebol angolano.
Tomás Faria considerou sensacionalista o comunicado da FAF, como disse, criou uma mancha na modalidade em véspera da realização do sorteio da Supeliga Africana, onde a equipa estará envolvida.
"Nós estamos atentos porque a luta é derrubar-nos e verem o Petro como esteve em anos idos. Não vamos a nenhuma segunda divisão porque iremos recorrer a esta decisão", reiterou.
Garantiu que o Petro irá jogar a Supertaça de Angola na nova data que o órgão reitor apresentar e vai disputar a Liga dos Clubes Campeões.
O caso veio ao público em Junho último quando vazou um áudio nas redes sociais em que o treinador Agostinho Tramagal revela pormenores sobre a vitória da Académica do Lobito ante o 1.° de Agosto, por 1-0.
No som, ouve-se o técnico dizer que recebeu três milhões de kwanzas do Petro de Luanda para vencer o jogo contra o D´Agosto. Acontecendo isso, os "tricolores" ascenderiam para a primeira posição do Girabola 2022-23.
Agostinho Tramagal relata que terá ficado com um milhão e dividido dois milhões para os jogadores em razão de 100 mil kwanzas cada.
Refere ter negado uma oferta do 1.º de Agosto de sete milhões de kwanzas para deixar-se perder e que tudo fez para permitir que o Kabuscorp do Palanca vencesse o jogo da meia-final da Taça de Angola, o que não veio acontecer.
Nas sequência, o Clube1.° de Agosto é punido com multa de um valor correspondente a 2.000 UCF (1 UCF equivale a 88 kwanzas), treinador José Alberto Agostinho "Tramagal" é suspenso por quatro anos e uma multa em valor correspondente a 6.000 UCF, por corrupção.
Igualmente foi suspenso de toda actividade futebolística, por corrupção, o Kabuscorp do Palanca baixa de divisão e pagará um multa em valor correspondente a 80.000 UCF, enquanto o seu presidente, Bento Kangamba, foi punido por quatro anos e um valor correspondente a 6.000 UCF.
A Académica Petróleos Clube do Lobito foi sancionada com baixa de divisão por corrupção no jogo n.° 22/2023 da Taça de Angola e multa em valor correspondente a 80.000 UCF.
O atleta Márcio Luvambo foi suspenso de toda actividade futebolística por um ano, por violação do dever de cooperação neste processo disciplinar e corrupção relactivamente ao jogo 216/23 da 27.ª jornada do Girabola2022-23 e ainda sancionado com uma multa em valor correspondente a 3.000 UCF.