Luanda, - O jornalista Silva Candembo procede, sexta-feira, em Luanda, ao lançamento da sua obra “II Jogos da África Central – Testemunho de Afirmação Política”.

Uma nota de imprensa indica que a publicação foi produzida com o apoio institucional da Comissão Interministerial para a Organização das Acções Comemorativas do 50.º Aniversário da Independência Nacional.

De acordo com a nota, a obra revisita um dos capítulos mais marcantes da história da Angola independente, a realização dos segundos Jogos da África Central, em Agosto de 1981, reunindo, em Luanda e no Huambo, mais de mil e 500 atletas e oficiais da região.

“O evento ocorreu num contexto particularmente desafiante, marcado pela guerra de agressão da África do Sul do regime do Apartheid contra Angola”, lê-se na nota.

Estruturado em 18 capítulos, e prefaciado por Fernando Pereira, primeiro director do Centro de Documentação e Informação da Secretaria de Estado de Educação Física e Desportos, o livro oferece uma análise abrangente dos primórdios de Angola no cenário competitivo africano.

Com 254 páginas, a obra recupera pormenores inéditos sobre a candidatura do país, os bastidores organizativos e a magnitude daquele que se ergueu como o maior acontecimento desportivo alguma vez realizado em Angola.

Reúne igualmente documentos históricos, destaca protagonistas e contextualiza o papel de Angola e dos restantes Estados da África Central num período marcado por profundas transformações políticas no continente.

Cada modalidade, das oito disputadas, merece tratamento específico, com análises detalhadas suportadas pelos respectivos resultados técnicos, incluídos em anexos.

Paralelamente, o autor “mergulha” no ambiente político-militar da época, sem deixar de integrar igualmente no relato a actuação da Comunicação Social e o vasto programa cultural e de entretenimento que acolheu os participantes, num período de profundas dificuldades para o país.

Editada no âmbito das celebrações do Jubileu dos 50 anos da Independência de Angola, a obra apresenta, por outro lado, uma análise detalhada sobre o impacto político, cultural e desportivo do evento, que representou uma afirmação de soberania e de identidade do povo angolano.

“Este livro é tanto um registo dos primeiros passos desportivos de uma nação acabadinha de nascer, quanto um apontamento da luta pela defesa da soberania de Angola, num período de carências mil, concitadas pela guerra. É a história de audácia de um povo que soube sonhar e ser feliz, deixando nas costas as agruras de uma vida que coabitava com a morte imposta pelas bombas da aviação da racista África do Sul”, afirma o autor.

Silva Candembo é jornalista há mais de 40 anos, tendo iniciado a sua carreira como colaborador do Jornal de Angola, em 1983.

Ingressou na Agência Angola Press (ANGOP), em 1984, e, no ano seguinte, após a sua incorporação nas FAPLA, foi integrado nos quadros do histórico Jornal Desportivo Militar (JDM).

Actualmente, é correspondente da Agência EFE (Espanha) em Angola.

É co-fundador de dois jornais que marcaram profundamente o panorama do jornalismo angolano, o Angolense e o Semanário Angolense, sendo também ghostwriter, autor, investigador e conferencista.

Com uma carreira pontuada pela produção de livros de grande relevância histórica, tem-se destacado como uma das principais referências no estudo e preservação da memória desportiva nacional.

Tem publicadas "Breve História de Angola nos Afrobasket – 1980-2005", "Petro – Trajectória de Um Gigante", "Momentos Sublimes do Desporto Angolano – 1975-2020", em co-autoria com António Ferreira e Arlindo Macedo, "Hermínio Escórcio – Uma Vida de Dedicação à Política e ao Desporto" e "Bancada Central".