Huíla – A plantação de trigo está a ser relançada no município do Cuvango, província da Huíla, através de uma iniciativa privada apoiada pelo Ministério da Agricultura e Florestas, no âmbito do fomento da produção nacional.

De acordo com peritos em agricultura, o município de Cuvango possui terras e condições climáticas apropriadas para o cultivo de trigo. Para o presente ano, a fazenda Agrikuvango assumiu o compromisso de cultivar cerca de 50 hectares com o referido cereal.

No acto de relançamento da plantação, o administrador municipal do Cuvango, Luís Marcelo Ndala, considerou importante a política de fomento agrícola e a retomada da produção do trigo, interrompida há cerca de 40 anos, em consequência da guerra civil.

Informações do Ministério da Agricultura e Florestas referem que, na década de 70 e 80, eram produzidos mais de 12 mil toneladas de trigo em várias localidades do município do Cuvango.

O administrador assegurou que existem muitas famílias interessadas em ingressar na cadeia de produção. Sendo assim, estão a ser mobilizados insumos para tornar o processo massivo, e tornar o Cuvango numa potência na produção de cereais, sobretudo do trigo.

Para o período experimental, a fazenda Agrikuvango espera colher cerca de 500 toneladas que, numa primeira fase, servirão de semente para apoiar a agricultura familiar.

Por sua vez, o director-geral da fazenda Agrikuvango, Geovany Caetano, disse que a variedade de sementes que está sendo experimentada permitirá fazer três culturas anuais, esperando-se colher cerca de 1.500 toneladas até ao final do ano em curso.

Iniciativa pode estimular Executivo a contemplar Huíla no “PLANAGRÃO”

Na mesma senda, o assessor do ministro da Agricultura, Walter Demba, disse a ANGOP tratar-se do início de uma experiência piloto que pode estimular o Executivo a contemplar a Huíla no Plano Nacional de Fomento Para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO).

Salientou que a aposta na produção de trigo começou em três províncias, designadamente, Benguela, Huambo e no Bié, e fruto das condições climáticas, chegou à Huíla, daí que se seleccionou a fazenda Agrikuvango para relançar a actividade.

Sublinhou que o ministério, juntamente com a Administração Municipal do Cuvango, está a fazer um levantamento dos agricultores e aferir a aptidão destes em abraçar a actividade, para depois da colheita fazer-se a disseminação da prática nas famílias.

“É uma oportunidade soberana para que a província possa se beneficiar do “PLANAGRÃO”, visto que há potencial e disponibilidade para que o sector empresarial, a administração municipal, o Governo da Huíla e os agricultores desenvolvam a actividade”, assinalou.